Recentemente, a compreensão e abordagem do câncer deram um passo adiante devido a uma descoberta promissora: a análise completa do DNA humano. Esta revelou que a doença é resultante de modificações genéticas, sejam elas hereditárias ou adquiridas, que desencadeiam o crescimento descontrolado das células, resultando na formação de tumores.
Dessa forma, surgiu a capacidade de identificar alvos específicos para tratamento e a subsequente criação de novos medicamentos por meio da medicina de precisão.
Agora, um estudo liderado por cientistas de diversas instituições acadêmicas ao redor do mundo, incluindo a Washington University School of Medicine em St. Louis, o Broad Institute of MIT e Harvard, e a Brigham Young University, pode proporcionar novas direções na pesquisa.
Este estudo se concentrou na análise profunda das proteínas que promovem o crescimento do câncer, um aspecto que não pode ser completamente explorado somente por meio do sequenciamento genômico.
Os resultados dessa pesquisa foram divulgados nas revistas Cell e Cancer Cell. O estudo envolveu a investigação de aproximadamente dez mil proteínas presentes em dez tipos distintos de câncer. Algumas dessas proteínas não teriam sido identificadas caso os diferentes tipos de tumores fossem examinados individualmente. A análise abrangeu variações de câncer, como de pulmão, colorretal, ovário, rim, cabeça e pescoço, útero, pâncreas, mama e cérebro.
Além disso, o estudo também lançou luz sobre a eficácia das imunoterapias, que geralmente têm melhor desempenho em cânceres com um grande número de mutações.
No entanto, nem todos os pacientes respondem igualmente a esses tratamentos. Os pesquisadores descobriram que a alta taxa de mutações nem sempre se traduz em uma abundância de proteínas anômalas, que são alvos do sistema imunológico ao atacar um tumor. Essa descoberta pode explicar por que alguns pacientes não demonstram resposta ao tratamento.