Na sexta-feira (29), o presidente Lula realizou uma cirurgia por causa da artrose e aproveitou a anestesia geral para fazer um procedimento nas pálpebras conhecido como "blefaroplastia".
“Esse procedimento é realizado para amenizar os sinais de envelhecimento que ocorrem nessa região e realçar a estética das pálpebras. O procedimento normalmente envolve o tratamento do excesso de pele palpebral, flacidez palpebral, ptose, septo orbital e gordura orbital. Blefaroplastias envolvem uma combinação de técnicas, aplicadas conforme a necessidade de cada paciente: remoção de pele e gordura, remodelamento (transposição) da gordura periorbitária, reposicionamento de tecidos e enxertos de gordura”, explica o cirurgião plástico Dr. Felipe de Bacco, coordenador do núcleo de cirurgia plástica em face da Brazilian Association of Plastic Surgeons (BAPS).
Segundo a BAPS, a queda e o excesso de pele da pálpebra é um sinal do envelhecimento responsável por causar grande incômodo. “A região periocular representa um dos elementos que mais chamam a atenção. Mas essa área, que tem pele muito fina, também costuma trazer os primeiros sinais de envelhecimento da face. É exatamente por isso que cresce no mundo a busca pela blefaroplastia, a cirurgia para flacidez de pálpebra – e também por procedimentos não-invasivos para essa região. Mas nem sempre os tratamentos vistos nas redes sociais são confiáveis”, acrescenta o coordenador da BAPS.
Em uma revisão publicada no World Journal of Clinical Cases, que analisou 40 estudos para destacar o que funciona para rejuvenescer a região dos olhos, a cirurgia de blefaroplastia foi apontada como a melhor opção para solucionar os sinais de envelhecimento na região periocular.
“Apesar de analisar técnicas não invasivas que surgiram nos últimos dez anos, o estudo evidenciou que, para resultados mais sólidos e duradouros, o mais indicado é a cirurgia plástica de blefaroplastia. Mas muitas vezes o médico pode associar técnicas”, diz o cirurgião plástico. Essas outras técnicas avaliadas pelo estudo incluem os lasers, o plasma e injetáveis.
Laser
De acordo com o estudo, o tratamento a laser é uma opção interessante para lidar com essas alterações das pálpebras. Os tratamentos a laser também podem ser usados para completar e aprimorar os procedimentos cirúrgicos de blefaroplastia.
“Esse tratamento complementar deve ser feito com indicação do médico para trazer um melhor resultado estético, uma vez que o laser pode melhorar a qualidade da pele e ajudar a estimular proteínas de sustentação, como o colágeno”, diz o coordenador da BAPS. No entanto, esse procedimento tem resultados limitados segundo a revisão, podendo ser usado em casos leves e moderados de flacidez de pele da região palpebral.
Plasma
A tecnologia de plasma é considerada uma opção não cirúrgica segura e eficiente, e é indicada, também, para casos leves e moderados.
“Consiste em uma ponteira que produz energia ionizada e causa aquecimento superficial dos tecidos sem contato direto. Um dano térmico controlado e limitado transforma o tecido induzindo uma coagulação leve, resultando em aumento da produção de colágeno e contração da pele”, diz o Dr. Felipe.
Injetáveis
Um dos tratamentos analisados é o preenchimento com ácido hialurônico, indicado para o rejuvenescimento da área periorbital e das olheiras profundas. “Houve uma mudança de paradigma nas últimas duas décadas neste campo da medicina estética, considerando que a perda de volume tem sido reconhecida como uma das principais causas do envelhecimento facial e periorbitário, determinando esvaziamento simétrico ou assimétrico, excesso de pálpebra superior à mostra e flacidez de pele palpebral. Como resultado, a restauração de volume tornou-se uma abordagem preferida para alcançar resultados de rejuvenescimento natural”, destaca o Dr. Felipe.