Em 8 de maio deste ano, Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou que a Covid-19 deixou de ser uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.
À época, aconteceu uma queda no número de casos e óbitos provocados pelo vírus, em conjunto com a ampliação da cobertura vacinal. Em contrapartida, na semana que antecedeu o anúncio de Adhanom, uma pessoa morria de Covid-19 a cada três minutos.
O número de vítimas da doença chegou a 708 mil no Brasil e pode ter chegado a 15 milhões no mundo, segundo a OMS. Apesar da população brasileira corresponder a apenas 2,7% da população global, o país registrou cerca de 9,1% dos casos da doença e 12,4% das mortes.
No total, mais de 38 milhões de casos de Covid-19 foram confirmados no Brasil desde o início da pandemia, que começou em 11 de março de 2020.
Em 2023, o Brasil registrou 1.747.130 casos e 13.936 mortes pela covid-19 até o fim de novembro. A expectativa é de que os números reduzam cada vez mais com as campanhas de vacinação que estão por vir no próximo ano, em especial o incentivo à aplicação da vacina bivalente.
Vacinação
Aproximadamente 173 milhões de brasileiros se imunizaram com dose única ou duas doses da vacina da Covid-19. A dose de reforço, entretanto, ficou para trás, tendo apenas 108 milhões de pessoas imunizadas.
A vacina bivalente, que passou a ser aplicada há cerca de um ano, também teve baixa adesão. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a cobertura nacional estagnou em 17%. As maiores taxas de vacinação estão registradas nos estados de São Paulo, Distrito Federal e Piauí.
A bivalente é aplicada em pessoas que tenham tomado ao menos duas doses da monovalente e sejam adultos acima de 18 anos ou adolescentes acima de 12 anos com comorbidades.
A importância da imunização completa
Com o surgimento de novas cepas, um grande número de pessoas com o esquema vacinal incompleto no país pode desencadear novos surtos da doença — e até mesmo uma nova pandemia.
A cepa JN.1, por exemplo, se espalhou pela Europa e chegou ao Brasil, tendo sido identificada no Ceará, São Paulo e Mato Grosso do Sul. A OMS afirma que a JN.1 possui baixo risco para a saúde global, mas já há uma movimentação do Ministério da Saúde para garantir melhor imunização, principalmente à população idosa.
Pessoas com mais de 60 anos e imunocomprometidos com mais de 12 anos que tenham recebido a última dose há mais de seis meses podem tomar a dose de reforço da vacina bivalente.
Vacina bivalente no calendário nacional de vacinação
A partir do ano que vem, a vacina bivalente será incluída no calendário nacional de vacinação para os grupos de risco.
O grupo compreende idosos, crianças com idade acima de seis meses e menores de cinco anos, imunocomprometidos, gestantes e puérperas, trabalhadores de saúde, indígenas, ribeirinhos e quilombolas, pessoas com deficiência permanente, pessoas em situação de rua, pessoas privadas de liberdade, jovens cumprindo medidas socioeducativas, pessoas que vivem em instituições de longa permanência e seus trabalhadores.