Nesta quarta-feira (17), durante evento em Davos, na Suíça, a ministra da Saúde Nísia Trindade afirmou que o Brasil ainda não tem uma estratégia de vacinação contra a dengue definida.
“Ainda não está fechado como vai ser a vacinação. Depende da faixa etária, mas também do Estado ou município mais afetado. Nós vamos estar olhando faixa etária, disponibilidade de vacinas, porque são precisas 10 milhões de doses mais ou menos para vacinar essa população.”
Um dos principais obstáculos é a quantidade insuficiente de doses disponíveis. De acordo com a pasta, há 5 milhões de doses - o bastante para imunizar apenas 2,5 milhões de pessoas, ou seja, 1,1% da população.
Na segunda-feira (15), o ministério afirmou que seguirá as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e vacinará primeiro crianças e adolescentes em idade escolar, de 6 a 16 anos. O grupo, no entanto, é composto por 30,5 milhões de pessoas no país, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Até o momento, a expectativa é de que a vacinação comece no próximo mês, mas ainda não se sabe sobre como o ministério seguirá nas etapas seguintes. Em Davos, a ministra afirmou que receberá a doação de novas doses para complementar as 5 milhões ofertadas pela fabricante Takeda ao SUS (Sistema Único de Saúde).
Atualmente, o Brasil é o líder no número de casos de dengue no mundo, com 2,9 milhões registrados no ano passado, segundo a OMS. Os casos são mais da metade dos 5 milhões registrados mundialmente. Do total de casos registrados, 1.474 - ou 0,05% do total - são de dengue hemorrágica, o estado mais grave da doença. O país é o 2º na América do Sul com o maior número de casos mais graves, atrás só da Colômbia, com 1.504 casos.