A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que o governo federal "não pode vender a ilusão" de que há doses o suficiente contra a dengue capaz de suprimir a epidemia que ocorre no Brasil. A fala dada pela ministra nesta quarta-feira (7) explica que apenas a vacina não será a solução, sendo necessária uma prevenção, combatendo os focos de proliferação do mosquito.
A vacina contra a dengue começará a ser distribuída no Sistema Único de Saúde a partir deste mês, tendo como foco crianças e jovens entre 10 e 14 anos. A imunização completa, no entanto, requer que a pessoa tome duas doses, com um intervalo de três meses entre elas. No período de janela entre as duas doses, a doença pode se desenvolver. A vacina pode ser adquirida no setor privado por cerca de R$ 400.
Segundo a ministra: " vacina terá um impacto restrito: se observa três meses de intervalo. A gente não pode vender uma ilusão".
Ele explica: "Falamos que iniciaríamos [a vacinação] em fevereiro, estamos em fevereiro. Agora, temos que olhar essa vacina de forma diferente de outras vacinas. A mensagem agora é de controle de vetores [combate ao mosquito transmissor] e cuidado".
Trindade explica que a vacina é um instrumento "muito importante para o ministério" , pois a vacinação vai "dar força e permitir analisar se é possível ampliar faixa etária e permitir num esforço nacional a transferência de tecnologia e mobilizar a capacidade de produção nacional".
A pasta estaria acompanhando a evolução dos casos de dengue. Segundo o Ministério, o ciclo epidêmico dura cerca de 15 dias e a proliferação está se dando de maneira diferente nos estados. Isso impossibilita a previsão de como a epidemia poderá estar no futuro.
A ministra confirmou que pretende apresentar em breve um calendário de vacinação junto aos municípios. Ela explica que ainda que haja uma epidemia crescente no país, "não faz sentido [decretar] emergência nacional".
Na última terça-feira (6), Nísia Trindade fez um pronunciamento em rede nacional ressaltando que as doses são limitadas, justificando a vacinação gradual. Para o plano vacinal, foi levado em consideração a incidência da doença e definidos pelo ministério junto aos secretários de estados e municípios.