A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse nesta sexta-feira (9) que o ministério comprou todas as doses disponíveis para a vacina contra a dengue.O governo espera receber cerca de 712 mil doses no 1º lote e 6,6 milhões ao longo do ano.
“Se houvesse mais doses, nós certamente compraríamos mais”, afirmou durante o início da vacinação pública no Distrito Federal.
Início da vacinação
Durante a conversa com jornalistas, Nísia disse que a campanha já começaria mesmo sem a atual epidemia de dengue no início do ano.
Dados do Ministério da Saúde mostram que até esta quinta-feira (8), ao menos 54 pessoas já morreram por complicações da doença. São mais de 395 mil casos prováveis de dengue.
“Já faz 40 anos que se espera uma vacina contra a dengue, e agora temos uma incorporada ao SUS”, pontuou a ministra. Ela disse que o ministério está trabalhando para comprar mais imunizantes assim que possível. O ministério também deve comprar as doses da vacina do Instituto Butantã assim que receberam aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Vacinação infantil é prioridade
Crianças da faixa etária de 10 a 11 anos terão prioridade na 1ª fase de imunização , que irá até março. Isso porque o grupo está mais suscetível a hospitalizações, explicou Nísia. Depois disso, a ministra prevê que a imunização se estenda até o grupo com 14 anos. O ciclo de imunização para a dengue prevê duas doses com intervalo de 3 meses entre cada uma.
Anteriormente, as primeiras doses iriam imunizar todos 10 a 14 anos, mas de acordo com a ministra, a mudança foi pensada para estender a proteção a um número maior de cidades e assim atingir um número maior de imunizados.
A redução no número de doses do imunizante acontece porque a pasta não está mantendo estoque da vacina, já que todas as disponíveis estão sendo encaminhadas para aplicação.
Casos de dengue podem superar 4 milhões
Também nesta sexta-feira (9), a secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, disse que o número de casos de dengue pode chegar à marca de 4,2 milhões em 2024.
Ela atribuiu o recorde à antecipação do pico de casos, que costuma acontecer no final do 1º trimestre. “Estamos vendo uma antecipação de casos que não tínhamos visto nas outras epidemias de dengue. Em geral, o crescimento de casos são no fim de março e começo de abril, mas começamos a ver já em janeiro”, disse Ethel.