A aposentada Rita Castro de Araújo, que retirou 40 nódulos do rosto após um preenchimento estético com PMMA
Reprodulção/Arquivo Pessoal
A aposentada Rita Castro de Araújo, que retirou 40 nódulos do rosto após um preenchimento estético com PMMA

A aposentada Rita Castro de Araújo, de 67 anos, ficou com o rosto deformado e teve de tirar 40 nódulos após passar por um procedimento estético realizado pelo dentista Augusto Toledo Patay, em uma clínica no Distrito Federal.

Em março de 2023, Rita procuro o profissional em busca de procedimentos que melhorassem a harmonização do rosto. Ele indicou a aplicação de PMMA (preenchimento com polimetril metacrilato) para amenizar as linhas finas ao redor do buço e para melhorar o aspecto do nariz.

Patay realizou o procedimento por R$ 2 mil na própria clínica. Entretanto, três meses depois, começaram a surgir nódulos no rosto da aposentada.

"Eu voltei na clínica e ele disse que era a primeira vez que aquilo acontecia. Ele aplicou corticoide onde estavam os nódulos e marcou para eu voltar alguns dias depois para fazer a retirada deles. Nesse retorno, ele retirou cerca de 40 nódulos", contou a aposentada ao UOL.

Em busca de respostas, Rita passou por mais três médicos. Um cirurgião plástico a orientou a retirar os nódulos - o que seria apenas para amenizar o problema, uma vez que não é possível retirar a substância do organismo.

"Todos os médicos que fui falaram que os nódulos são devido ao PMMA que ele aplicou no meu rosto e não poderia. Ele acabou com a minha alegria. Eu tinha um sorriso lindo e agora estou com meu rosto acabado", desabafou a aposentada.

Rita procurou pelo dentista e o pediu ajuda para arcar com os custos da cirurgia, que sairia em torno de R$ 27 mil. O profissional chegou a assinar um termo em que se comprometia a fazer depósitos de R$ 500 até completar o valor, porém, parou de pagar assim que completou R$ 6 mil.

Após a quebra no contrato, Rita procurou um advogado e processou o dentista por danos morais e materiais. O processo está em andamento na Justiça.

Agressão

Nesta terça (14), Rita e o marido, Fabiano Araujo, foram até a clínica de Patay para tentar um acordo financeiro pela última vez. O dentista não quis receber o casal e, segundo Rita, se aproximou 'nervoso' dela e do marido, que estava gravando. O encontro terminou em agressões e xingamentos, o que resultou num boletim de ocorrência registrado na 21ª Delegacia Policial, em Taguatinga do Sul (DF).

"Ele se irritou porque meu marido estava gravando tudo e deu um soco no rosto dele", contou Rita.

Fabiano foi socorrido e encaminhado para o hospital onde passou por atendimento médico e teve alta em seguida.

O que diz a defesa

A defesa do dentista José Augusto Toledo Patay informou que não existem comprovações de que os danos causados à saúde de Rita sejam de sua autoria.

"José Augusto Toledo Patay é especialista em harmonização orofacial, tendo excelentes resultados nos procedimentos, comprovados pelas inúmeras manifestações de satisfação, apreço e carinho de seus pacientes. Não há comprovação de que eventual dano no caso da paciente Rita seja oriundo da ação do Dr. Patay, tendo sido ditas inverdades que serão esclarecidas no foro competente", afirma o advogado Érico Matias Servano.

Sobre a briga desta semana, Servano diz que seu cliente foi ameaçado pelo casal.

"No tocante às agressões e ameaças sofridas pelo Dr. Patay e sua equipe, que foram cometidas pelo marido da Sra. Rita, informa-se que serão adotadas as medidas cabíveis em âmbito cível e criminal", diz o advogado.

O que diz a Anvisa sobre o PMMA

O PMMA é autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Classificado na classe IV (nível máximo), tem permissão para ser aplicado em um número limitado de procedimentos, como correção de lipodistrofia (acúmulo de gordura em partes do corpo e  correção volumétrica facial e corporal.

No seu site, a Anvisa explica que é o profissional que deve avaliar a aplicação e as técnicas de uso do produto.

"A Anvisa também esclarece que o produto não é contraindicado para aplicação nos glúteos para fins corretivos. Porém, não há indicação para aumento de volume, seja corporal ou facial. Cabe ao profissional médico responsável avaliar a aplicação de acordo com a correção a ser realizada e as orientações técnicas de uso do produto", explica o órgão.

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