Henrique Silva Chagas, de 27 anos, morreu após realizar o procedimento na segunda-feira (3)
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Henrique Silva Chagas, de 27 anos, morreu após realizar o procedimento na segunda-feira (3)

O empresário Henrique da Silva Chagas , de 27 anos, morreu em São Paulo na segunda-feira (3), após realizar um peeling de fenol. Ele passou mal e faleceu ainda na clínica onde o procedimento foi realizado em Campo Belo, na zona sul da capital paulista.

A investigação descobriu que Henrique sofreu uma parada cardiorrespiratória durante a aplicação da substância.

O que é o peeling de fenol?

Classificado como uma ‘cirurgia química’, o peeling de fenol é o método mais invasivo para tratar manchas, rugas e outras marcas de envelhecimento da pele.

"É um antigo aliado dos médicos que executam procedimentos para tratar a pele que está profundamente envelhecida e manchada, seja através do contato da pele com o sol de maneira excessiva e sem proteção, tabagismo, idade, flacidez ou rugas acentuadas", explica a dermatologista Eoda Steglich, que é especialista no procedimento.

Eoda explica que o procedimento consiste na aplicação de uma solução cáustica que contém o fenol (ácido carbólico) na pele. A reação é uma necrose na epiderme, a camada mais superificial da pele. Com isso, o organismo estimula a produção de colágeno, proteína que auxilia o seu rejuvenescimento.

A recuperação completa do procedimento pode levar até um ano. Nesse período a pele fica mais sensível. por isso, pode descamar ou doer mais que o habitual - e o cuidado deve ser redobrado.

"Idealmente, para termos o resultado adequado e preservar a segurança do paciente, é um tipo de peeling químico profundo executado por médico dermatologista ou cirurgião plástico experiente que deve ser realizado em ambientes com suporte e controle adequado", diz a dermatologista.

Ela cita, como exemplo, centros cirúrgicos ou consultórios médicos do tipo III, que executam procedimentos invasivos de risco de anafilaxia, insuficiência respiratória e cardiovascular, inclusive aqueles com anestesia local sem sedação ou de sedação leve e moderada.

Riscos

Segundo a dermatologista Raquel Bissacotti, o peeling de fenol realizado de forma incorreta por gerar efeitos colaterais "irreversíveis e indesejados", como "queimaduras químicas graves, cicatrizes, problemas cardíacos, tóxicos e seus desdobramentos".

"Para evitar os efeitos pela má técnica, a expertise e prudência do executor é fundamental. Realizar o procedimento com técnica primirosa, monitoramento cardíaco, hidratação, tempo de excecução correto, redução de exposição do paciente à outros tóxicos, evitam desfechos indesejados", diz a dermatologista.

"Efeitos colaterais como infecção, cicatrizes anômalas e reações alérgicas, estando sob rigoroso cuidado de profissionais capacitados, podem ser manejadas com prontidão", afirma Bisacotti.

Peeling de fenol não é para todo mundo

Apesar de ter se popularizado com a tendência de cuidados com a pele, o peeling de fenol não é indicado para todas as pessoas, especialmente aquelas que têm problemas cardíacos, renais ou hepáticos, por causa da toxidade da substância.

Não existe uma faixa etária ideal para a relização do procedimento. Entretanto, ele é mais indicado em casos de pacientes mais velhos. Os mais jovens devem procurar um especialista e analisar outras alternativas antes do peeling de fenol - porém, com a técnica correta e a seleção minuciosa do paciente, o procedimento não deve apresentar grandes riscos.

"O peeling de fenol quando bem executado e acompanhado no antes, durante e após o procedimento, continua sendo, há décadas, uma excelente alternativa para o tratamento de tantos pacientes que buscam pelos seus benefícios", conclui a dermatologista Raquel Bissacotti.

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