Uma pesquisa conduzida pela Universidade Estadual de Campinas ( Unicamp ) identificou uma variante da leishmaniose resistente ao medicamento anfotericina B em um paciente no estado do Maranhão . Esta descoberta marca a primeira vez que uma cepa resistente a esse medicamento é registrada no Brasil.
O estudo, realizado por uma equipe de pesquisadores da universidade, ressaltou que, embora essa resistência não represente um estado de alerta imediato, reforça a importância de monitorar a circulação de cepas resistentes e a necessidade de alternativas terapêuticas eficazes.
Leishmaniose é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Leishmania, transmitida pela picada de flebotomíneos, conhecidos como mosquitos-palha. Existem diferentes formas da doença, incluindo leishmaniose cutânea, mucocutânea e visceral, cada uma com manifestações clínicas distintas.
A leishmaniose cutânea se caracteriza por úlceras na pele, enquanto a mucocutânea pode afetar as mucosas da boca e nariz, e a visceral, também conhecida como calazar, pode comprometer órgãos internos como fígado e baço, e é a forma mais grave da doença.
A anfotericina B é um antifúngico utilizado no tratamento da leishmaniose visceral e é geralmente eficaz contra a infecção.
No entanto, a resistência a esse medicamento observada no Maranhão indica a necessidade de monitoramento contínuo e pesquisa para identificar novas estratégias de tratamento.
O estudo descobriu que, apesar da resistência à anfotericina B, a cepa identificada respondeu positivamente ao tratamento com pentamidina, outro medicamento utilizado no combate à leishmaniose.
Os pesquisadores destacam que este caso sublinha a importância de manter uma gama diversificada de opções terapêuticas para lidar com a variedade de cepas da doença.
Leishmaniose
A leishmaniose representa um desafio para a saúde pública, principalmente em áreas endêmicas, e a resistência a medicamentos pode complicar o controle e tratamento da doença.
A identificação de cepas resistentes e a pesquisa de novos tratamentos são essenciais para melhorar as estratégias de manejo e reduzir o impacto da doença nas populações afetadas, segundo pesquisadores.
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