O ser humano atingiu o pico da expectativa de vida? Sim, segundo novo estudo
Tomaz Silva/Agência Brasil
O ser humano atingiu o pico da expectativa de vida? Sim, segundo novo estudo

Com o avanço das mudanças climáticas, dos alimentos industrializados e das crises sociais pelo mundo, serão raros os seres humanos que irão ultrapassar a média dos 87 anos, segundo um estudo publicado nesta sexta-feira (11) na revista Nature Aging.

O levantamento analisou a dados de 1990 a 2019 sobre expectativa de vida ao nascer em locais onde as pessoas costumam viver mais, como Austrália, França, Itália, Hong Kong, Japão, Coreia do Sul, Espanha, Suécia e Suíça. 

A conclusão foi que, após décadas de crescimento no índice de expectativa de vida desses locais, dadas as descobertas importantes no ramo da saúde e da tecnologia do século XX, essa taxa finalmente estagnou. A única exceção foi de Hong Kong, onde a expectativa de vida não perdeu o ritmo.

Sendo assim, a ciência está cada vez mais perto de descobrir qual a "data de validade" máxima dos seres humanos - segundo o estudo, a média é de 87 anos, sendo 84 para os homens e 90 para as mulheres.

"Estamos basicamente sugerindo que a duração da vida que temos agora é aproximadamente o máximo que vamos alcançar", pontua S. Jay Olshansky, professor de epidemiologia e bioestatística na Universidade de Illinois em Chicago, que liderou o estudo.

O estudo sugere que, apesar da medicina moderna tenha ajudado a estender a expectativa de vida até os 70, 80 ou 90 anos, aumentar a idade média para além disso será difícil. Segundo os cálculos dos cientistas, mesmo se todas as mortes antes dos 50 anos fossem eliminadas, a expectativa de vida média só aumentaria em um ano para as mulheres e um ano e meio para os homens.

"Podemos gerar um pouco mais de tempo de sobrevivência por meio de avanços médicos", diz Olshansky. "Ainda temos a função declinante dos órgãos internos e sistemas orgânicos que tornam praticamente impossível para esses corpos viverem muito mais do que vivem agora", concluiu.

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