usando, os dispositivos eletrônicos, piscamos, em média, 60% menos
Instituto do Sono/Reprodução
usando, os dispositivos eletrônicos, piscamos, em média, 60% menos

Você já ouviu falar da síndrome dos olhos secos ? A doença oftalmológica é uma condição que está se tornando cada vez mais comum em termos de uso constante de dispositivos eletrônicos, como computadores , smartphones e tablets

A doença oftalmológica pode atingir de jovens a idosos, além de interferir na qualidade de vida e visão se não for tratada.

A Associação Brasileira de Portadores de Síndrome do Olho Seco ( APOS ) estima que mais de 20 milhões de brasileiros possuem disfunções oculares que causam a Síndrome do Olho Seco . Além disso,  34% das pessoas com idade acima de 18 anos experimentam algum sintoma ou nível de olho seco no país.

O Chefe do Departamento de Olhos Secos do Banco de Olhos de Sorocaba ( BOS ), Dr. André Jerez ,  explica que a doença é multifatorial e pode ser desencadeada por diversos fatores, incluindo o uso prolongado de telas, que afeta diretamente a produção e qualidade da lágrima, essencial para a saúde ocular.

“O uso excessivo de telas é um dos fatores de risco para o desenvolvimento dos olhos secos, mas não é o único. Mas usando, os dispositivos eletrônicos, a gente pisca, em média, 60% menos. E é o ator de piscar que é responsável pelo ciclo da lágrima dentro do olho”, explica Jerez. 

O Portal iG está no BlueSky,   siga para acompanhar as notícias !


A Importância da Lágrima


Segundo o médico oftalmológico, quando há alterações na quantidade ou qualidade da lágrima, a saúde dos olhos é comprometida, resultando em sintomas como secura, irritação, vermelhidão, coceira, vista embaçada, vermelhidão, sensação de areia nos olhos ou intolerância à luz,

“As principais funções da lágrima são a proteção, hidratação, transmissão de oxigênio para córnea e também visão, ou seja, quando a gente fala de síndrome dos olhos secos, estamos falando de alterações na quantidade ou na qualidade da lágrima que vão interferir em algumas dessas funções da lágrima da superfície ocular”, diz.

Em casos mais graves, a síndrome dos olhos secos pode causar dor intensa, fotofobia e até limitar atividades diárias como dirigir ou trabalhar.

Atualmente, o uso de telas eletrônicas é um hábito muito comum. É muito raro alguém que não fique horas no computador, celular, TV ou Tablet. O ato de piscar menos por ficar muito tempo nos dispositivos atrapalha o ciclo lacrimal.

Jerez explica que o ciclo é responsável pela liberação tanto da glândula lacrimal, que é o líquido, como também da sua retenção e do escoamento da lágrima pelos canais lacrimais. 

“Por isso, constantemente nós piscamos. Piscar é um ato de proteção da superfície ocular, principalmente através dessa promoção da liberação, tanto da drenagem da lágrima quanto da questão mecânica”, completa.

Além de piscarmos menos, a irradiação e luminância que as telas emitem para a nossa superfície ocular pode causar muita interferência na saúde dos olhos. “Com isso, a proteção fisiologia da lágrima acaba sendo alterada, o que acarreta alterações na superfície ocular, prejudicando ou causando a síndrome dos olhos secos”, afirma o oftalmologista.


Fatores de risco e diagnóstico


Além do uso excessivo de telas, outros fatores podem contribuir para a síndrome dos olhos secos, como menopausa, doenças autoimunes, tabagismo, diabetes, uso prolongado de lentes de contato, exposição a ambientes poluídos ou muita exposição a ar condicionados e ventiladores, e até mesmo medicamentos.

Alguns estudos também afirmam que a síndrome dos olhos secos é mais comum em pessoas de origem asiática e mulheres. 

O diagnóstico deve ser feito por um oftalmologista, que realiza exames específicos para avaliar a lágrima e a superfície ocular.

“Você pode ter pacientes com quadros leves ou quadros graves. Todas essas pessoas, podem apresentar a síndrome dos olhos secos, mas em intensidades diferentes. É necessário fazer um exame oftalmológico específico para avaliar parâmetros da lágrimas, superfície ocular e do olho. Com esses parâmetros, conseguimos classificar o paciente, primeiro se ele possui ou não síndrome dos olhos secos, depois quais tipos de olho seco ele produz”, comenta o médico 

Jerez ressalta que existem três tipos de olhos secos: o evaporativo, relacionado a qualidade da água ou olho seco;  por deficiência aquosa, quando o paciente produz menos lágrimas e olho seco misto, ou seja, o paciente produz menos lágrimas e com uma qualidade ruim. 

Olho seco tem cura?


A resposta depende da causa. O médico oftalmologista explica que a cura da síndrome do olho seco, se possível, vai depender das causas que fizeram o paciente ter a doença. 

“Cito um exemplo de um olho seco causado por uso de medicamento. Se a gente excluir o remédio, podemos melhorar a qualidade da lágrima”, ressalta.

Segundo Jerez, pacientes com doenças autoimunes e que apresentam olhos secos não irão ter cura e são de difícil controle. 

“A gente até consegue controlar a doença oftalmológica, mas cura total, às vezes não é possível.  A depender da causa, vamos diferenciar ou ir para uma linha de tratamento diferente, há umas dessas causas podem ter cura, outras controle e outras são de difíceis controles, que buscamos minimizar danos da superfície ocular”, explica.

O tratamento mais comum para a síndrome do olho seco é a reposição da lágrima ou reposição do fio lacrimal com colírios, com conservantes ou não, gel e diversos outros tipos de medicamentos, como antiinflamatórios. 

“Temos também ajuda na produção da lágrima e tratamentos cirúrgicos para aumentar a retenção da lágrima, tratamentos no rosto para aumentar o fio lacrimal. Ou seja, são muitos tratamentos que podemos utilizar, que irão depender da condição do paciente”, diz Jerez.

O médico ressalta que se um paciente fica 15 horas sentado em frente a uma tela, é importante reduzir esse período e fazer os intervalos regulares de adaptação e ergonomia. Quem usa muita lente de contato, por exemplo, reduzir o tempo com que fica com objeto 

“Pacientes que trabalham em ambientes externos, com vento e calor, vamos optar por proteger os olhos com óculos de proteção ou escuros. As adaptações estão sempre relacionadas com o perfil do paciente, as atividades e fatores de riscos a que eles estão expostos. Um tratamento pode fazer sentido para um, mas não para outro paciente”, explica.

Fico o dia inteiro no computador! E agora?


Para quem vive boa parte do dia no computador ou celular,  Dr. Jerez destaca que a prevenção passa por uma mudança de hábitos, especialmente no uso de dispositivos eletrônicos. 

“É importante respeitar os critérios de ergonomia, como ajustar a altura e a distância da tela, além de fazer pausas regulares”, sugere o médico. 

Ele cita a “regra do 20-20-20”, que consiste em, a cada 20 minutos de uso de tela, fazer uma pausa de 20 segundos, piscar 20 vezes e focar em um ponto a 6 metros de distância por minutos longe dos dispositivos eletrônicos.

“Outras recomendações que não seguem regra, mas são sugeridas, como parar por 10 minutos a cada uma hora de tela. A cada 40 minutos parar por cinco minutos. É importante conscientizar a população a fazer pausas regulares à exposição de telas. Também é importante observar o ambiente que está inserido, se há ar condicionado na direção dos olhos, ou um ventilador, se estiver tentar minimizar”, aconselha.

Outra recomendação do especialista é, se possível, trocar as telas pelo papel, pois “a taxa do piscar em dispositivos não eletroeletrônicos é maior do que dispositivos eletrônicos”. 

Quer ficar por dentro das principais notícias do dia? Participe do nosso canal no WhatsApp e da  nossa comunidade no Facebook .

** Formado em Jornalismo pela Universidade de Sorocaba e Técnico de Locução de Rádio pelo Senac. Gosta de contar boas histórias e de conhecer novas pessoas. Amante de esportes, também gosta de pets, animes e de uma boa conversa.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!