Neste mês de conscientização, o câncer de mama e o câncer do colo de útero serão os dois  temas abordados
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Neste mês de conscientização, o câncer de mama e o câncer do colo de útero serão os dois temas abordados


O Outubro Rosa é mais do que uma campanha anual. Atualmente, o período ajuda a lembrar que já existe um movimento contínuo de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e da prevenção do câncer de mama, um dos tipos de câncer que mais afetam as mulheres no Brasil. Para se ter noção, somente neste ano, são estimados mais de 73 mil novos casos de câncer de mama no país, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Neste mês, o Ministério da Saúde lançou a campanha "Mulher: seu corpo, sua vida", que reforça o autocuidado e a vigilância em relação ao câncer de mama e ao câncer do colo do útero. Com o símbolo de um “auto abraço”, a campanha destaca a importância das mulheres estarem atentas ao próprio corpo.

As ações de prevenção seguem sendo implementadas nacionalmente, tendo como objetivo reduzir a mortalidade por câncer de mama e colo do útero ao promover tanto a prevenção, quanto o acesso ao tratamento adequado. A Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer é um exemplo dessa atenção. Promulgada em 2023 por meio da Lei 14.758/23, busca assegurar que todas as mulheres, independentemente de onde vivem, tenham acesso a exames e tratamentos de qualidade.

A nova legislação promove o uso de abordagens humanizadas e tecnologias mais atuais para o diagnóstico e o tratamento, como a possibilidade do uso de aceleradores lineares, que são utilizados na radioterapia em alguns hospitais do país. A lei ainda prevê o apoio psicológico para pacientes e suas famílias, a organização da rede de atenção à saúde e o fomento à pesquisa e capacitação de profissionais de saúde. A meta é reduzir o tempo de espera para iniciar o tratamento oncológico para no máximo 60 dias até 2025.


O cenário do câncer de mama e colo de útero no Brasil

Segundo a organização American Cancer Society, uma em cada 8 mulheres no mundo que viverem até os 75 anos terão diagnóstico de câncer de mama. E embora o risco seja maior em mulheres acima de 50 anos, a doença pode afetar também mulheres mais jovens. Já para o câncer de colo de útero, a estimativa no Brasil fica em torno de 17.010 novos casos somente para 2024, segundo dados do INCA.

A mamografia, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), é recomendada como rotina de detecção precoce do câncer de mama para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada 2 anos. No entanto, se houver indicação médica, mulheres de outras faixas podem ter acesso ao exame, garantido por lei. Já o exame citopatológico, para a detecção do câncer de colo de útero, é recomendado para mulheres de 25 a 64 anos que já iniciaram atividade sexual. Inicialmente, deve ser realizado uma vez por ano e, após dois exames normais consecutivos, passa a ser feito a cada 3 anos.

Há também um esforço do Governo Federal para ampliar o acesso a esses exames nas áreas mais remotas e para grupos que se encontram em situação de vulnerabilidade social.

O diagnóstico precoce do câncer de mama aumenta significativamente as chances de cura
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O diagnóstico precoce do câncer de mama aumenta significativamente as chances de cura


O diagnóstico precoce do câncer é fundamental. Dados da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) indicam que, por exemplo, quando o câncer de mama é detectado nas fases iniciais, as chances de cura podem chegar a 95%. O Ministério da Saúde também estima que cerca de 17% dos casos de câncer de mama poderiam ser evitados com hábitos saudáveis, como a prática regular de atividade física, a adoção de uma alimentação equilibrada e a limitação do consumo de bebidas alcoólicas.

“O câncer de mama também tem o fator genético, claro, que muitas das vezes não se tem como evitar, pois está no código genético da pessoa. Mas há os fatores externos que influenciam, como por exemplo o tabagismo, a alimentação muito industrializada e os excessos de açúcares”, explica o médico conveniado ao SUS, Antônio Felipe da Silva.

A amamentação também é um fator protetor contra o câncer de mama. "Amamentar protege a mulher contra o câncer de mama porque, durante a amamentação, as células mamárias se multiplicam menos. Isso reduz o risco de câncer, que é uma proliferação desenfreada de células tidas como anormais. Então, quanto mais a mulher amamentou na vida, mais ela poderá estar protegida", completa o profissional.

Já para o câncer de colo de útero, a vacinação contra o HPV - vírus que pode causar a doença - antes do início da vida sexual é indicada, e está disponível no SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos.

Expansão do acesso ao diagnóstico precoce

Para ampliar o alcance do diagnóstico precoce, o Ministério da Saúde também anunciou neste ano o programa "Mais Acesso a Especialistas", que visa reduzir o tempo de espera por consultas, utilizando a telessaúde. Essa tecnologia permite que pacientes em áreas remotas sejam atendidas por especialistas à distância, facilitando o acesso a um diagnóstico e ao início do tratamento necessário. É uma iniciativa importante para regiões que infelizmente ainda enfrentam escassez de médicos e equipamentos.

O governo também lançou o aplicativo "Meu SUS Digital", que oferece ao cidadão o histórico de saúde na palma da mão. Através do App, é possível acessar a carteira de vacinação e os documentos para retirada de medicamentos do programa Farmácia Popular. O objetivo é expandir suas funcionalidades, permitindo que o paciente monitore todo o ciclo de cuidados de saúde.

Ações voltadas para mulheres vulneráveis

Para garantir que todas as mulheres tenham acesso ao tratamento contra o câncer, o Governo Federal ainda vem adotando medidas específicas para atender as mulheres em situação de vulnerabilidade social. O Sistema Único de Assistência Social (SUAS), por meio dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), oferece apoio e garantindo que elas tenham acesso à informação e aos exames preventivos.

Já o programa Tratamento Fora do Domicílio (TFD) é outra iniciativa que proporciona auxílio financeiro para transporte e alimentação de pacientes que precisam viajar para outras cidades em busca de tratamento. Esse suporte é de responsabilidade das secretarias estaduais e municipais de Saúde, que devem repassar os valores previamente enviados pelo Ministério da Saúde. Tais ações visam garantir que o tratamento adequado seja acessível a todas, independentemente de sua localização ou condição social.

Tratamento do câncer de mama novos protocolos

O tratamento do câncer de mama no Brasil tem evoluído significativamente nos últimos anos. A Lei 14.758/23 estabelece diretrizes para o uso de tecnologias avançadas, como aceleradores lineares para radioterapia, priorizando o atendimento em regiões com maior carência de serviços oncológicos. O Ministério da Saúde também tem trabalhado para que o início do tratamento oncológico ocorra no máximo 60 dias após o diagnóstico, visando melhorar as chances de sucesso terapêutico.

Além do tratamento convencional, o governo vem incentivando a pesquisa e a capacitação de profissionais de saúde para oferecer um cuidado mais especializado e humanizado às pacientes. O suporte psicológico durante o tratamento, por exemplo, é uma prioridade, uma vez que o impacto emocional de um diagnóstico de câncer de mama é profundo e exige um acolhimento que vá além dos cuidados médicos.

Um olhar para o futuro

A luta contra o câncer de mama e de colo de útero no Brasil não está perto de ser vencida, mas com os avanços proporcionados pelas novas legislações e programas, o país caminha para uma maior equidade no acesso ao diagnóstico e tratamento. O Outubro Rosa é um lembrete anual da importância da prevenção, mas a conscientização e o cuidado devem ser constantes.

O Governo Brasileiro, ao promover o autocuidado e investir em programas que visam a ampliação do acesso à saúde, mostra que vem reforçando a preocupação de que todas as cidadãs possam cuidar da saúde e enfrentar essas doenças com dignidade e esperança.

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