Dez dias após o escândalo dos transplantes de órgãos infectados com HIV que resultaram na contaminação de pacientes, o Governo do Estado do Rio anunciou que vai trocar toda a diretoria da Fundação Saúde. A decisão foi comunicada pelo governador Cláudio Castro nesta segunda-feira (21).
Segundo informações do jornalista Edimilson Ávila, do G1, a diretoria colocou os cargos à disposição de Castro, que aceitou a demissão da cúpula e determinou a exoneração de todos.
Nos próximos dias, os atuais ocupantes dos cargos deixarão as seis diretorias da Fundação: executiva, administrativa e financeira, recursos humanos, planejamento e gestão, técnico-assistencial e jurídica.
O governador não deu detalhes sobre quem irá substituir o diretor-geral João Ricardo da Silva Pilotto, nomeado para o cargo em janeiro de 2016, na primeira passagem do deputado Doutor Luizinho como secretário estadual de Saúde.
Por dois anos, Pilotto esteve à frente do Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), na Baixada Fluminense, a principal base eleitoral de Doutor Luizinho. Outros dois parentes do parlamentar fazem parte da sociedade do laboratório PCS Lab Saleme: Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, primo de Doutor Luizinho, e Walter Vieira, é casado com a tia dele.
Entenda o caso
Dois doadores tiveram laudos errados para HIV assinados pelo laboratório PCS Lab Saleme, que era responsável pelas testagens antes que os órgãos fossem destinados a transplantes no estado do Rio de Janeiro.
Os pacientes foram considerados negativos quando, na verdade, eram positivos para o vírus. Por conta disso, seis pacientes foram infectados com HIV em decorrência dos transplantes.
O laboratório foi contratado em dezembro de 2022, por R$ 11 milhões, para realizar a sorologia de órgãos doados.
O caso, sem precedentes, é considerado grave pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) e pelo Ministério da Saúde. A Polícia Civil e o Ministério Público investigam os laudos incorretos e as entrelinhas da contratação da empresa.
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