Você sabia que as alergias podem surgir em qualquer idade da vida? O problema, comumente associado à infância, também pode surgir em qualquer fase da vida, incluindo a fase adulta e a terceira idade.
De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), entre 5% e 10% dos idosos desenvolvem algum tipo de alergia, mesmo que nunca tenham apresentado sintomas antes. Esse aumento do problema em idades mais avançadas pode ser influenciado por fatores como o ambiente, mudanças de hábitos e o envelhecimento do sistema imunológico.
Com o passar do tempo, a pele dos idosos se torna mais fina e permite uma maior penetração de alérgenos, favorecendo o aparecimento de dermatites. A bióloga e cofundadora da Alergoshop, Julinha Lazaretti, explica que a exposição prolongada a certas substâncias pode desencadear essas alergias em fases mais tardias.
"A predisposição genética é um fator importante, mas a poluição, o ambiente e o contato frequente com novas substâncias químicas também podem levar a reações alérgicas, mesmo em quem nunca teve sintomas", aponta Lazaretti.
Segundo ela, o envelhecimento torna o organismo mais vulnerável a novas sensibilizações.
Por trás da alergia
As alergias adquiridas ao longo da vida podem ter múltiplas causas. Uma delas é a exposição contínua a substâncias irritantes.
"Muitas vezes, o corpo tolera essas substâncias durante anos, mas, com o tempo, o sistema imunológico começa a reconhecê-las como ameaças, gerando uma resposta alérgica", explica Lazaretti.
A especialista menciona que o contato com ácaros, poeira, produtos químicos e poluição são exemplos de fatores que podem desencadear alergias mesmo após anos de exposição.
O estilo de vida moderno, com maior exposição a ambientes fechados e produtos industrializados, também contribui para o aumento das alergias. Para Lazaretti, a convivência com substâncias artificiais no cotidiano facilita o surgimento dos sintomas em uma fase mais avançada.
Tratamento e controle
Apesar do surgimento tardio, o tratamento adequado é essencial para garantir qualidade de vida. O primeiro passo é identificar os agentes causadores por meio de testes de alergia. A partir do diagnóstico, os cuidados incluem o uso de medicamentos como anti-histamínicos e corticosteroides, além da imunoterapia, que busca dessensibilizar o organismo ao alérgeno.
Além da medicação, Lazaretti recomenda a prevenção diária. Evitar a exposição a substâncias conhecidas por desencadear reações, manter ambientes limpos e ventilados e usar produtos sem irritantes são práticas fundamentais.
“A aplicação de soluções que eliminam ácaros, fungos e bactérias no ambiente impede a reinfestação desses micro-organismos”, indica.
É possível prevenir?
"A prevenção de alergias ao longo da vida envolve consumo consciente e escolhas cuidadosas", afirma Lazaretti.
O uso de produtos de higiene com fórmulas menos agressivas e livres de substâncias químicas reduz o risco de sensibilização.
"Com mais conscientização sobre os riscos de certos ingredientes, opções mais seguras estão disponíveis no mercado, o que ajuda a proteger a saúde a longo prazo", conclui a especialista.