O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 79 anos, realizará nesta quinta-feira (12) uma embolização das artérias meníngeas, procedimento médico que busca evitar novos episódios de sangramento cerebral , como o que enfrentou recentemente.
A embolização é um procedimento minimamente invasivo que interrompe o fluxo de sangue em determinadas áreas do corpo. Comumente utilizada para tratar miomas, tumores e aneurismas, a técnica é considerada padrão ouro para casos semelhantes ao de Lula .
"A embolização é um procedimento endovascular, pois não envolve uma incisão aberta ou remoção de tecido, mesmo que seja feita em contexto cirúrgico", explica, ao portal Uol, Diogo Haddad, chefe do Centro Especializado em Neurologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.
No caso do presidente, o procedimento será realizado na artéria meníngea média, localizada nas meninges — camada que reveste o cérebro e onde ocorreu o sangramento.
"O procedimento consiste em fechar a irrigação das meninges para minimizar o risco de novos sangramentos", detalha o neurocirurgião Mauricio Panicio, mestre pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), ao Uol.
Como funciona o procedimento
A embolização é comparada a um "cateterismo do cérebro". O paciente é submetido a anestesia geral e um cateter é inserido pela artéria femoral, sendo guiado até o crânio. Uma vez na região afetada, o vaso é bloqueado para evitar novas hemorragias.
De acordo com o médico Roberto Kalil Filho, integrante da equipe que acompanha o presidente, o procedimento já estava previsto e é considerado de baixo risco.
"Esperou-se uma evolução extremamente boa do presidente para seguir com o planejamento. A embolização será feita em uma sala de cateterismo, dura cerca de uma hora e não atrasa a alta médica", afirmou Kalil.
Lula passou por trepanação
Na madrugada de terça-feira (10), Lula foi submetido a uma trepanação para drenar o sangue acumulado em decorrência de uma hemorragia intracraniana. O procedimento consiste em perfurar o crânio para liberar o coágulo e, posteriormente, um cateter é instalado para remover o restante do sangue de forma não cirúrgica.
O presidente apresentou sintomas como sonolência por uma semana e fortes dores de cabeça por quatro dias, sinais clássicos da condição.
Os médicos informaram que Lula está bem , sem sequelas, e deverá retomar sua rotina normal em breve. Marcos Stavale, integrante da equipe médica, afirmou que o presidente poderá viajar de avião sem restrições após a recuperação. A previsão é de que Lula volte a Brasília no início da próxima semana.