Alternativa natural ao Ozempic pode diminuir apetite pela metade

Estudo foi conduzido em camundongos, mas ainda precisa ser testado em humanos

Remédios como Ozempic são utilizados no combate à obesidade
Foto: jurodrigues
Remédios como Ozempic são utilizados no combate à obesidade


Cientistas da Universidade de Medicina de Stanford , na Califórnia (EUA) , descobriram uma molécula natural que rivaliza com os efeitos de perda de peso de medicamentos, como o Ozempic , mas sem os efeitos colaterais. De acordo com o jornal americano NY Post, descobriram uma pequena molécula de aminoácidos, apelidada de BRP, que reduziu a  ingestão de alimentos de camundongos em 50%, em apenas uma hora.

pesquisa visa achar uma solução fora dos GLP-1s — classe de medicamentos que atuam promovendo a saciedade — à base de semaglutida (medicamento para o controle da obesidade e sobrepeso) em animais.

“Nada que testamos antes se compara à capacidade da semaglutida de diminuir o apetite e o peso corporal”,  disse a Dra. Katrin Svensson , autora sênior da pesquisa e professora assistente de patologia em Stanford. “Estamos muito ansiosos para saber se ela é segura e eficaz em humanos”, contou ao NY Post.

Novos desenvolvimentos

Uma solução natural foi encontrada pelos cientistas
Foto: Louis Reed / Unsplash
Uma solução natural foi encontrada pelos cientistas


De acordo com o jornal americano, uma alternativa natural à semaglutida pode estar no horizonte. A equipe de pesquisadores desenvolveu um programa de inteligência artificial  para “peneirar” milhares de proteínas e identificar hormônios que influenciam o metabolismo energético. O algoritmo os levou a uma pequena molécula de 12 aminoácidos, apelidada de BRP.

“Os receptores visados ​​pela semaglutida são encontrados no cérebro, mas também no intestino, pâncreas e outros tecidos. É por isso que o Ozempic tem efeitos generalizados, incluindo a desaceleração do movimento dos alimentos pelo trato digestivo e a redução dos níveis de açúcar no sangue”, disse Svensson ao NY Post. Segundo ele, o BRP parece atuar especificamente no hipotálamo, que controla o apetite e o metabolismo.

Quando os pesquisadores injetaram BRP em camundongos machos magros, houve a redução da ingestão de alimentos em 50% em apenas uma hora. Os mesmos efeitos foram observados em mini porcos, cujo metabolismo e hábitos alimentares são mais semelhantes aos humanos.

Em um teste de 14 dias com ratos obesos, as injeções de BRP levaram a uma perda média de gordura de três gramas. Os roedores tratados também apresentaram melhora na tolerância à glicose e à insulina, sem alterações perceptíveis na ingestão de água, na produção fecal ou no comportamento de ansiedade que sugerissem quaisquer efeitos colaterais, aponta a pesquisa.

Svensson espera seguir adiante com testes clínicos em humanos. Os pesquisadores também tentam estender os efeitos da molécula, tornando-a mais conveniente para dosagem se ela se mostrar eficaz na regulação do peso corporal humano.

Obesidade nos EUA

A obesidade nos Estados Unidos atingiu o nível mais alto de todos os tempos, com o país  liderando entre as nações de alta renda, de acordo com o jornal americano. Em 2021, havia 172 milhões de americanos obesos e acima do peso com mais de 25 ano. A previsão é de que o número suba para 214 milhões até 2050. 

A doença é um grande fator de risco para uma série de problemas de saúde, incluindo doenças cardíacas, diabetes, pressão alta, doenças do fígado, apneia do sono e certos tipos de câncer. A perda de peso pode ajudar a prevenir ou melhorar esses problemas.


Efeitos do Ozempic

Originalmente desenvolvido para tratar diabetes tipo 2, o semaglutide rapidamente se tornou uma solução para quem quer emagrecer. Só em 2023, 5 milhões de estadunidenses receberam a prescrição do medicamento, com quase 40% deles usando-o para controle de peso, de acordo com a Penn Medicine.

Embora  os ensaios clínicos sugiram que a semaglutida pode ajudar os usuários a perder de 10% a 15% do peso corporal, os efeitos colaterais podem causar transtornos. Os mais comuns incluem náusea, diarreia e vômito. Problemas mais sérios como pancreatite, problemas renais e deficiência visual também já foram relatados.