
A espera por um transplante de rim é uma realidade para mais de 42 mil pessoas no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde.
A Doença Renal Crônica (DRC), que pode levar à falência dos rins, afeta milhares de brasileiros e muitas vezes só pode ser tratada com o transplante.
Em 2024, foram realizados 6.316 procedimentos desse tipo no país, um leve aumento em relação a 2023.
No Paraná, 2.550 pacientes aguardam na fila por um novo rim, reforçando a necessidade da conscientização sobre a doação de órgãos.
A luta pela vida e a esperança na doação
A história da fotógrafa Priscila Fiedler, de 47 anos, ilustra os desafios de quem precisa de um transplante.

Levada por uma rotina intensa de trabalho e sem o hábito de realizar exames de rotina, ela foi surpreendida pelo diagnóstico de falência renal. "O chão se abre e parece um abismo, o que vou fazer, como trabalhar, porque a princípio não tinha ideia do que era falência renal ", conta.
A fotógrafa iniciou a hemodiálise imediatamente, passando três vezes por semana por sessões de quase quatro horas. "A hemodiálise é sempre difícil, a gente não sente nada, nem dói, mas tem muito desconforto, cãibras durante a sessão, e são quase 4 horas na máquina. O maior desafio é manter a mente saudável", relata.
Apesar dos desafios, Priscila continuou trabalhando, encaixando seus compromissos fotográficos após os tratamentos.
A esperança chegou com uma ligação: um rim compatível havia sido encontrado. "Foi o dia mais feliz da minha vida", relembra.
No Paraná, a espera pelo transplante é relativamente curta devido à alta taxa de doações, e Priscila conseguiu realizar a cirurgia após seis meses.
A vida após o transplante
Após a cirurgia, o período de recuperação envolveu isolamento e cuidados rigorosos. "Por quase 6 meses evitei lugares muito cheios, não podia abraçar as pessoas. Só saia de casa com máscara", explica.
A aceitação do novo rim foi positiva, sem complicações. Hoje, ela mantém uma rotina mais saudável e valoriza os pequenos momentos. "Não me aborreço mais com problemas superficiais. A gente precisa cuidar de nós mesmos, da mente e do corpo."
Como se tornar um doador de órgãos?
A doação de órgãos é essencial para reduzir a longa fila de espera.
Qualquer pessoa pode expressar sua vontade de ser doador por meio da Autorizacão Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO), disponível em mais de 8 mil cartórios do país.
No Brasil, o transplante só ocorre com a autorização da família, por isso, é importante comunicar esse desejo aos parentes.
Pessoas com doenças infecciosas graves, como HIV e hepatites B e C, ou com insuficiência de múltiplos órgãos, não podem ser doadoras. No entanto, a maioria dos indivíduos pode salvar vidas ao optar pela doação.
A história de Priscila é um exemplo da importância desse gesto. "O ato da doação de órgãos traz de novo a esperança de viver para essas pessoas. Isso salva a gente", finaliza.