Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) tem acometido principalmente as crianças
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Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) tem acometido principalmente as crianças



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O aumento expressivo de casos de doenças respiratórias e da demanda por emergências e internações na região Sul do país tem mobilizado os governos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

No Rio Grande do Sul, o problema levou o governo a decretar emergência em saúde pública com foco na prevenção e enfrentamento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), especialmente em crianças.

O decreto, assinado pelo governador Eduardo Leite, foi publicado no Diário Oficial do Estado na terça-feira (20) e tem validade de 120 dias.

Dados do Centro Estadual de Vigilância em Saúde(Cevs) mostram que o estado registrou em 2025, até esta segunda-feira (19), 4.099 hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Essas internações foram causadas por infecções como influenza (gripe), Covid-19, vírus sincicial respiratório (VSR), entre outros. Do total de casos, 305 evoluíram para óbito.

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Entre as crianças menores de cinco anos, foram registradas 1.374 internações e dez mortes.

De acordo com comunicado da Secretaria de Saúde do Estado, o objetivo do decreto é a adoção de medidas emergenciais para fortalecer a rede hospitalar, com a preparação e disponibilização de leitos de UTI e suporte ventilatório.

Com o decreto, as redes hospitalares que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) devem priorizar medidas emergenciais para a oferta de leitos clínicos e de terapia intensiva voltados ao atendimento de casos de síndrome respiratória.

Risco de saturação do SUS

O decreto destaca o risco de esgotamento da capacidade de resposta do sistema de saúde, especialmente na infraestrutura voltada ao atendimento pediátrico, o que pode levar à saturação do SUS.

Esse cenário é agravado pela epidemia de dengue que também atinge o Rio Grande do Sul.

Ainda segundo os números do Estado, na semana de 31 de março a 5 de abril, foram registradas 194 hospitalizações por síndromes respiratórias. Já entre 28 de abril e 3 de maio, o número dobrou, chegando a 392. Nesta primeira semana de maio, de 4 a 10 de maio, os registros subiram ainda mais, totalizando 451 hospitalizações.

Operação Inverno Gaúcho com Saúde

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Neste mês, também como medida de enfrentamento do problema, o governo gaúcho lançou, em maio, a operação Inverno Gaúcho com Saúde, destinando R$ 20,8 milhões para reforçar a assistência à Saúde nos municípios.

Esses valores serão pagos entre 30 de maio e 30 de junho e empregados na Atenção Primária, visando à ampliação de horários das Unidades Básicas de Saúde (UBS), contratação de profissionais e aquisição de insumos, inclusive para vacinação.

Além disso, R$ 7,15 milhões serão destinados às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), conforme a média de atendimentos registrada em 2024.

Capital de Santa Catarina decreta emergência

Em Florianópolis, aumentou transferências das UPA para hospitais
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Em Florianópolis, aumentou transferências das UPA para hospitais


No  estado de Santa Catarina, os casos de SRAG também cresceram este ano.

No último dia 1 de maio, a prefeitura de Florianópolis decretou emergência em saúde em função do aumento dos casos de SRAG.

A administração municipal justificou a medida pelo aumento de 260% em abril nas transferências de pacientes de UPAs para hospitais.

O decreto assinado pelo prefeito Topázio Neto (PSD) é válido por 180 dias e autoriza medidas emergenciais.

A prefeitura reforça ainda a importância da vacinação contra a gripe e dos cuidados com o período de frio intenso, que favorece o aumento das doenças e internações.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, até o dia 19 de abril, já haviam sido registrados 2.377 casos e 48 óbitos em toda Santa Catarina.

Dados do Boletim da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) mostram que as regiões do estado que mais apresentam casos e óbitos por vírus respiratórios, até meados de abril, são Florianópolis, com 459 e 15 óbitos, seguida de Itajaí, com 154 casos e 8 óbitos e Joinville, com 121 casos e 5 óbitos.

Paraná chama a população para se vacinar

O Estado do Paraná  também está enfrentando aumento expressivo dos casos de doenças respiratórias, principalmente entre crianças menores de 12 anos.

Em nota ao Portal iG, a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) informou que está monitorando a situação e que busca incentivar a população a se vacinar contra a gripe e Covid-19.

Segundo o boletim epidemiológico mais recente da Secretaria de Saúde, o Paraná registrou 7.282 casos de SRAG em 2025. Isso representa um aumento de 3,6% na população geral em relação ao mesmo período de 2024, quando o número foi de 7.030.

Quando destacada a faixa etária de cinco a onze anos, a situação é mais preocupante, com crescimento de 32,5% nos casos - de 593 para 786 - e um salto de 175% nos óbitos entre as crianças de um a quatro anos, de  quatro para 11 mortes.

O Influenza A e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) são os dois vírus com maior frequência de circulação neste momento no estado.

População do Paraná está sendo chamada para se vacinar contra gripe e Covid-19
Rovena Rosa/Agência Brasil
População do Paraná está sendo chamada para se vacinar contra gripe e Covid-19


Na última sexta-feira (16), as secretarias de saúde dos 399 municípios paranaenses foram alertados por meio de documento da intensificação da circulação dos vírus respiratórios durante o outono e o inverno e da importância da vacina contra a gripe e contra a Covid-19.

Os imunizantes seguem disponíveis gratuitamente em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Paraná.

Prevenção e sintomas de doenças respiratórias

Como medida de prevenção a doenças respiratórias, os profissionais da saúde orientam a vacinação anual contra gripe e também a vacina contra a Covid 19.


Também são medidas importantes lavar as mãos com frequência, usar máscara em casos de pessoas sintomáticas, evitar ambientes fechados e com aglomeração de pessoas, cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir, e evitar tocar mucosa de olhos, nariz e boca, e não compartilhar objetos de uso pessoal, como copos e talheres.

Febre, tosse, dor de garganta e dores nas articulações ou de cabeça são sintomas de SRAG.

Diante desses sinais, é importante a pessoa procurar o serviço de saúde mais próximo da residência para o tratamento adequado, em especial os portadores de fatores de risco para agravamento e óbito, incluindo doentes crônicos, idosos e crianças, pois estes têm maior probabilidade de apresentar complicações quando infectados pelo vírus respiratórios.

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