
O Ministério da Saúde publicou três portarias nesta terça-feira (26) para incorporar o tratamento integral da dermatite atópica no Sistema Único de Saúde (SUS). Agora, pacientes com a doença crônica têm acesso a três novos medicamentos que vão desde as fases iniciais até a quadros mais graves.
Os documentos oficializam a incorporação de duas pomadas para a pele ( tacrolimo e furoato de mometasona) na rede pública de saúde, além de um medicamento oral ( metotrexato). A pasta da saúde destacou que as duas pomadas poderão ser usadas para tratar pessoas que não podem usar corticoides ou que tenham resistência aos tratamentos até então disponíveis.
Dermatite atópica
Condição que acomete principalmente as crianças, a dermatite atópica é uma doença crônica que causa inflamação na pele, lesões e coceiras intensas, dependendo da gravidade.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia estima que cerca de 7% dos brasileiros adultos precisam lidar diariamente com os sintomas dessa doença. A dermatite atópica não é contagiosa, mas sim uma condição genética e crônica.
Ela afeta especialmente as áreas de dobras do corpo, como a parte frontal dos cotovelos, atrás dos joelhos e o pescoço. É uma das formas mais comuns de eczema, prevalente na infância, embora também possa surgir na adolescência ou na fase adulta.
De acordo com o Ministério da Saúde, a ampliação de acesso ao tacrolimo tópico para os pacientes do SUS é um benefício relevante, já que, por ser um medicamento de alto custo, seu acesso era mais restrito.
Tratamento adequado

A secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS), Fernanda De Negri, explica que os novos medicamentos vão possibiltiar tratamentos mais personalizados e com menos efeitos colaterais, dependendo da gravidade da condição.
“Outro fator importante do tratamento é o enfrentamento a estigmas sociais impostos às pessoas que vivem com a condição, que, muitas vezes, convivem com preconceitos em vista das lesões visíveis na pele. Estamos falando de uma doença que acomete, muitas vezes, crianças em idade escolar, que podem deixar de ir às aulas por isso” , afirmou.
Entre 2024 e 2025, mais de 1 mil atendimentos hospitalares e mais de 500 mil ambulatoriais relacionados à dermatite atópica foram prestados na rede pública de saúde em todo o Brasil. O cuidado pode envolver consultas especializadas, exames e prescrição de medicamentos, de acordo com o quadro clínico apresentado.
O tratamento busca aliviar os sintomas, evitar crises, tratar infecções quando aparecem, proteger a pele e reduzir os efeitos dos remédios. Na maioria dos casos leves, é possível controlar a doença só com cuidados na pele, como uso de hidratantes, banhos especiais, curativos, fototerapia e mudanças de hábitos.
Nos casos moderados e graves, além desses cuidados, também são usados remédios, como corticoides, comprimidos e soluções orais.