
Preta Gil, que morreu neste domingo (20), foi diagnosticada com câncer colorretal em janeiro de 2023. O tipo identificado foi um adenocarcinoma localizado na porção final do intestino grosso.
A doença foi detectada após sintomas como prisão de ventre, fezes achatadas, presença de sangue nas fezes e um episódio de sangramento intenso que levou a um desmaio.
O tumor, com cerca de seis centímetros, foi confirmado por meio de tomografia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
O que é o câncer colorretal?
O câncer colorretal é um tipo de tumor maligno que se desenvolve no intestino grosso, afetando o cólon ou o reto, partes finais do sistema digestivo. A doença costuma ter início a partir de pólipos adenomatosos, formações benignas que podem se transformar em câncer com o tempo.
Em muitos casos, o câncer colorretal evolui de forma lenta e silenciosa, sem apresentar sintomas nas fases iniciais.
Quando os sinais aparecem, os mais frequentes são presença de sangue nas fezes, alterações persistentes no hábito intestinal, como diarreia ou prisão de ventre, dor ou desconforto abdominal, perda de peso sem causa aparente e sensação de evacuação incompleta.
Diversos fatores estão associados ao risco aumentado da doença. A idade acima de 50 anos é um dos principais, assim como o histórico familiar de câncer colorretal, presença de doenças inflamatórias intestinais como retocolite ulcerativa e doença de Crohn, além de hábitos de vida, como dieta rica em carnes processadas e pobre em fibras, sedentarismo, obesidade, tabagismo e consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
O diagnóstico do câncer colorretal é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais. A colonoscopia é o principal método, pois permite visualizar o interior do intestino e coletar amostras para biópsia.
Outros exames utilizados incluem testes de sangue oculto nas fezes e exames de imagem, como a tomografia computadorizada.
O tratamento depende do estágio em que o tumor é identificado e pode incluir cirurgia para remoção da lesão, quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, terapias-alvo ou imunoterapia.
A prevenção da doença está relacionada à adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática regular de atividades físicas e redução do consumo de álcool e tabaco.
A realização periódica de exames de rastreamento, especialmente a colonoscopia a partir dos 45 ou 50 anos, é fundamental para a detecção precoce.
O diagnóstico em estágios iniciais aumenta significativamente as chances de cura. Campanhas de conscientização, como o “Março Azul”, visam informar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer colorretal.
Luta de Preta Gil

Após o diagnóstico, a cantora iniciou tratamento com quimioterapia e radioterapia. Durante essa etapa, teve complicações, incluindo uma sepse em abril de 2023.
Em dezembro do mesmo ano, passou por uma cirurgia de reconstrução intestinal e chegou a anunciar que a doença estava em remissão.
A recidiva ocorreu em agosto de 2024, quando exames identificaram a presença de quatro lesões metastáticas: dois linfonodos comprometidos, uma lesão no peritônio e um nódulo no ureter. A metástase indicou que o câncer havia se espalhado para outras regiões do corpo.
Em dezembro de 2024, Preta passou por uma cirurgia de alta complexidade, com duração entre 18 e 21 horas, para retirada dos tumores. Devido à extensão da doença e ao comprometimento intestinal, foi implantada uma bolsa de colostomia definitiva.
A partir de maio deste ano, a cantora iniciou tratamento experimental nos Estados Unidos, com foco em medicina personalizada. A abordagem foi direcionada às mutações genéticas do tumor e incluiu imunoterapia e terapias-alvo, realizadas em centros especializados em Washington e Nova York.
Durante todo o período, não houve registro de outros tipos de câncer além do adenocarcinoma colorretal e suas metástases. A evolução da doença se deu ao longo de dois anos, com diferentes fases de tratamento no Brasil e no exterior.