A musculação é uma boa opção para compensar fraqueza nos ossos de pessoas veganas
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A musculação é uma boa opção para compensar fraqueza nos ossos de pessoas veganas

Pessoas que adotam uma alimentação vegana , ou seja, que não consomem nenhum produto de origem animal, desde carne até ovos e leite, podem se beneficiar de uma rotina com treinos de resistência na academia para ter ossos saudáveis. A conclusão é de um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Viena, na Áustria, recém-publicado na revista científica Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism.

A descoberta é importante uma vez que cresce o número de pessoas que aderem ao veganismo e ao vegetarianismo – quando a alimentação exclui apenas os animais, mas não seus derivados. No Brasil, uma pesquisa realizada pelo antigo Instituto Ibope, em 2018, mostrou que 14% da população do país declarou não comer animais, um crescimento de 75% em relação ao número de seis anos antes.

No entanto, ao excluir a carne animal do prato, é preciso compensar determinados nutrientes com outros alimentos para que a mudança não se traduza em problemas para o corpo humano. Um desses compostos é o cálcio, responsável por garantir a saúde dos ossos. Uma revisão de pesquisadores da Universidade de Regensburg, na Alemanha, analisou 74 estudos sobre o tema, com mais de 150 mil participantes, e constatou que as pessoas veganas tiveram uma ingestão de cálcio "significativamente inferior" à dos onívoros – que comem carne e plantas –. "Essa descoberta enfatiza a necessidade de os veganos monitorarem seu status de cálcio", defenderam os autores da análise.

As consequências dessa menor ingestão também já foram comprovadas. Um outro trabalho, conduzido pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e publicado na revista científica BMC Medicine, analisou dados de mais de 55 mil britânicos e constatou que aqueles com dietas veganas e vegetarianas tiveram um risco 43% maior de fraturas totais.

“No geral, os veganos neste estudo tiveram maiores riscos de fraturas totais e algumas específicas do local (quadril, perna, vértebra) do que os carnívoros. As associações mais fortes foram observadas para fraturas de quadril, para as quais comedores de peixe, vegetarianos e veganos apresentaram riscos maiores. Essas diferenças de risco podem ser parcialmente explicadas pelo menor IMC médio e menor ingestão média de cálcio e proteína nos não carnívoros”, sugeriram os pesquisadores no artigo.

Agora, o novo trabalho dos cientistas austríacos mostra que o problema pode ser resolvido pela adoção de treinos de resistência. O estudo comparou dados de 45 pessoas com uma dieta vegana e 45 que comiam carne durante um período de cinco anos. Ao fim, a comparação dos dados de resistência óssea e os relatos de frequência de treino mostraram o benefício das atividades.

Entre os veganos que realizavam exercícios como musculação ou de resistência com o peso do próprio corpo ao menos uma vez por semana tiveram ossos mais fortes quando comparados aos que não iam à academia. Além disso, a rotina de atividades intensas levou a estrutura óssea dos veganos a ser semelhante à dos onívoros que também realizavam os exercícios.

“O veganismo é uma tendência global com um número cada vez maior de pessoas em todo o mundo aderindo a uma dieta puramente baseada em vegetais. Nosso estudo mostrou que o treinamento de resistência compensa a estrutura óssea diminuída em pessoas veganas quando comparadas a onívoros”, explica o autor do estudo e pesquisador da universidade, em comunicado, Christian Muschitz, que orienta: “As pessoas que aderem a um estilo de vida vegano devem realizar treinamento de resistência regularmente para preservar a força óssea”.

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