
A impulsividade surge como um comportamento que impacta decisões e relacionamentos , levando a ações sem a devida reflexão sobre suas consequências. Para aprofundar o assunto, o Portal iG conversou com o psicólogo, Theo Salles (CRP 13/9368), que aborda os mecanismos por trás da impulsividade e os caminhos para desenvolver maior autocontrole.
Esse comportamento é definido como atitudes precipitadas, desencadeadas por estados emocionais intensos, que geram alívio momentâneo, mas são seguidos por arrependimento, segundo Salles .
Diferente da impulsividade, há a espontaneidade , que "representa uma ação deliberada e praticamente automática, mas que não compromete o bem-estar", explica o psicólogo.
Já a impulsividade pode impactar negativamente relações pessoais, profissionais e a saúde, especialmente quando associada a transtornos como TDAH , bipolaridade , entre outros.
O que é impulsividade e como diferenciá-la da espontaneidade?
De acordo com Salles, a impulsividade surge de reações emocionais não planejadas, enquanto a espontaneidade é uma ação automática, porém consciente. "A impulsividade gera arrependimento; a espontaneidade, não", resume.

Todos temos traços impulsivos, mas fatores como transtornos psiquiátricos, ambiente desfavorável e histórico familiar podem intensificar esses comportamentos.
Popularizados em memes, os pensamentos intrusivos são ideias involuntárias e perturbadoras, como impulsos agressivos. Eles não levam necessariamente à ação, mas pessoas com dificuldade de regulação emocional podem se sentir mais tentadas a agir.
O profissional ainda considera interessante a divulgação dos memes a respeito desse conceito, pois eles "ajudam a popularizar e desestigmatizar esse conteúdo".
Quando buscar ajuda profissional?
Sinais de alerta incluem arrependimento frequente, prejuízos em relações, saúde ou trabalho, e aumento da frequência de atitudes impulsivas.
Comportamentos impulsivos podem afetar finanças, relacionamentos, carreira e saúde, como em casos de compulsão alimentar, além de levar ao abandono precoce de projetos.
Salles sugere técnicas como "respiração consciente, aprender a identificar
emoções, manter um diário com os acontecimentos relacionados aos impulsos, a fim de reconhecer padrões e antecipar gatilhos, planejamento prévio de algumas situações e o mindfulness", prática que envolve a atenção focada no momento presente.
A intervenção psiquiátrica é indicada se houver associação com transtornos mentais (TDAH, borderline, bipolaridade), ou ainda "quando a risco para integridade física do sujeito ou de terceiros, quando o sofrimento psíquico é intenso ou progressivo e quando existem outras comorbidades como a ansiedade", finaliza o psicólogo.