Quando nos referimos a Saneamento básico, existem alguns dados no Brasil que chegam a assustar...
Quase 35 milhões de pessoas no Brasil vivem sem água tratada e cerca de 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto, resultando em doenças que poderiam ser evitadas, e podem levar à morte por contaminação. O Brasil tem 203.062.512 de habitantes, segundo o Censo Demográfico 2022. Isto quer dizer que, praticamente, 50% da população brasileira, joga seus dejetos na rua, o que equivale a mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto in natura sendo despejadas diariamente na natureza. Convém lembrar que tudo que você jogar na Natureza, esta irá de devolver. Por exemplo, se você jogar um colchão no rio na frente da sua casa, na primeira enchente este colchão estará batendo na sua porta. No caso do esgoto, a presença de germes fecais (bactérias, fungos, protozoários e helmintos) voltarão de encontro para os habitantes, trazendo com si uma série enorme de doenças.
A ausência deste Saneamento Básico é a causa de 80% das doenças e de 65% das internações hospitalares no Brasil, cujos gastos anuais com doentes por estas causas são da órdem de US$ 2,5 bilhões, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Para se ter a ideia da gravidade deste problema, a Pobreza, combinada com baixos índices de Saneamento Básico, é responsável pela morte de uma criança a cada dez segundos (PNSB-IBGE). Você que está lendo este artigo, calcule quanto tempo esta demandando para esta leitura, coloque em segundos, divida por 10 e determine quantas crianças devem ter morrido neste momento. Dados do IBGE apontando que a falta de saneamento mata 11 mil pessoas por ano no Brasil. Desse número, há uma grande quantidade de óbitos de idosos com 60 anos ou mais.
Falando em termos econômicos, segundo dados do Sistema Único de Saúde, a cada R$ 1 investido em Saneamento Básico, as Cidades economizam R$ 5 em Medicina Curativa da Rede de Hospitais e Ambulatórios Públicos. Dados mostram que, só em 2012, as ausências no trabalho por sintomas de infecção gastrointestinal representaram a perda de 849,5 mil dias de úteis. A perda das empresas com horas pagas não trabalhadas é de R$ 1,11 bilhão, que poderia ser aplicado em investimentos ou novas contratações. Segundo o Instituto Trata Brasil, um dos organizadores do documento com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, o CEBDS
Municípios dos estados Paraná, São Paulo e Minas Gerais ocupam as primeiras posições do ranking, liderados por Santos (SP). Entre os 20 piores estão municípios da região Norte, alguns do Nordeste e Rio de Janeiro. A última posição é ocupada por Macapá (AP). (Agência Senado).
A Abcon/Sindcon considera que o Novo Marco do Saneamento Legal aponta um caminho estruturado para o setor, ancorado em três grandes pilares que visam a universalização dos serviços de saneamento básico: regulação adequada; maior competição; geração de ganhos de escala aprimorada na prestação dos serviços. Ele estabeleceu as premissas fundamentais para o Brasil deixar de figurar nos últimos lugares do ranking mundial de cobertura de serviços de água e esgoto à população. (Agência Senado)
Em suma, partindo da premissa que 65% dos leitos hospitalares estão relacionados com a ausência de Saneamento Básico, não adianta somente construir mais e mais hospitais. Estes continuarão tendo o mesmo % de causas das internações. Na verdade, o que vai diminuir drasticamente estes níveis será o Investimento em Saneamento Básico. Ação mais técnica, mais inteligente, mais econômica e muito mais eficiente. Então... Por que não fazer? Esta pergunta deixo em aberto aguardando a resposta