Tom Bueno: pesquisa animou os portadores de diabetes
Divulgação/Um Diabético
Tom Bueno: pesquisa animou os portadores de diabetes

Uma notícia animadora e que pode mudar a vida de milhões de pessoas com diabetes no mundo. A cura da doença crônica, no caso autoimune, pode estar mais próxima do que muitos imaginavam.

A FDA, agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, aprovou no dia 9 de março o início dos testes clínicos para uma nova terapia para diabetes tipo 1 que consiste na aplicação de células-tronco produtoras de insulina como uma forma de substituir as células beta produtoras de insulina danificadas. A responsável pela iniciativa é a empresa Vertex e a previsão de início dos testes é para o primeiro semestre de 2023, exclusivamente para a população americana. 

Para entender melhor
As células-tronco são células que ainda não amadureceram por completo, em comparação a outros tipos de células do corpo. Para esse estudo foram cultivadas em laboratórios, recebendo as “instruções biológicas” corretas, ou seja, possibilitou a Vertex de estimular a célula a produzir um suprimento virtualmente ilimitado de células beta produtoras de insulina para pessoas com diabetes tipo 1.

Evolução da pesquisa
Embora ainda existam vários desafios para encontrar uma cura segura e eficaz para o diabetes tipo 1, os desenvolvimentos na terapia com células-tronco no ano passado foram promissores. Os dados divulgados em junho de 2022 da primeira pessoa a receber o VX-880 revelaram que o participante aumentou seu tempo na faixa para mais de 99%, com níveis de glicose que quase espelhavam uma pessoa sem diabetes. Um grande desafio, no entanto, é que o participante precisou de medicamentos imunossupressores para impedir que seu próprio sistema imunológico destruísse as novas células beta.

Nova tentativa encapsulada
Para resolver esse problema, a Vertex está testando outra nova terapia, a VX-264, que mantém as células beta em uma “bolsa” fechada, protegendo-as fisicamente das células imunológicas do corpo enquanto ainda permite que os nutrientes cheguem às células beta. Essa é uma estratégia conhecida como encapsulamento. A VX-264 usa as mesmas células beta derivadas de células-tronco que foram usadas no estudo anterior (VX-880). Além disso, embora a própria Vertex não tivesse investigado uma bolsa encapsulada antes, a empresa adquiriu a ViaCyte, outra empresa que estava investigando terapias com células-tronco para diabetes tipo 1, em julho de 2022. No momento da aquisição, a ViaCyte estava investigando um dispositivo encapsulado em um ensaio clínico fase 2.

Como a Vertex já conseguiu mostrar que as células, quando protegidas, podem restaurar a produção de insulina em alguém com diabetes tipo 1, há esperança de que, quando encapsuladas em uma “bolsa” especialmente projetada, a terapia seja mais segura e conveniente para as pessoas com tipo 1.

A notícia encheu de esperança pessoas com diabetes e familiares. Caso a terapia seja  eficiente, isso pode significar a cura do diabetes autoimune, conhecido com diabetes tipo 1, que afeta quase 600 mil brasileiros.

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