Eu nem sou tão fã de chocolate, mas confesso que essa novidade me caiu super bem. Quem convive com diabetes e precisa, obrigatoriamente, aplicar insulina várias vezes ao dia vai me entender e eu espeço que você que tem diabetes, e não precisa de usar insulina, ou que conhece alguém com a doença também entenda. Há anos a ciência tenta descobrir uma maneira de desenvolver uma insulina oral. Já foram várias tentativas sem sucesso. Fazer com que o hormônio passe pelo aparelho digestivo é um dos maiores desafios. E foi nessa tentativa de “driblar” o processo digestivo que os pesquisadores de universidades da Australia e da Noruega desenvolveram um chocolate de insulina.
A guloseima, sem açúcar, possui pedacinhos minúsculos de insulina e se mostrou segura e eficiente em testes com animais, de acordo com a publicação feita na revista NatureNanotechnology . Os pesquisadores decidiram colocar as nanopartículas de insulina em cápsulas pratas na tentativa de impedir que o hormônio fosse destruído pelo ácido estomacal e pelas enzimas do sistema digestivo. A estratégia teria dado certo nos estudos com animais.
Essa cápsula protetora da insulina só é decomposta por enzimas liberadas quando os níveis de glicose estão elevados no sangue. Desta forma evitaria o risco de hipoglicemia, ou glicose abaixo de 70mL/dl.
O próximo passo é testar o “chocolate de insulina” em humanos e buscar algumas respostas que ainda vamos precisar saber: como cada organismo vai reagir? Existirá doses diferentes para cada necessidade, como já acontece com o medicamento oral para tratar a obesidade? Qual os riscos e segurança que essa estratégia pode apresentar para cada perfil de pessoa? O chocolate não faria a pessoa engordar e aumentar a chance de resistência insulínica?
São essas e outras perguntas importantes que os pesquisadores terão que buscar a partir de agora. Os testes em humanos devem acontecer até 2025. Caso os resultados sejam positivos, a nova estratégia de tratamento deve estar no mercado em 2 ou 3 anos, depois de ser aprovada pelo órgão regulatórios de cada país.
Para mim, é importante termos uma avaliação mais profunda sobre essa descoberta, afinal não é sobre o chocolate e sim sobre a possibilidade de existir no futuro uma insulina oral, o que até hoje a ciência não conseguiu descobrir. Caso os resultados sejam positivos, além de chocolate também teremos comprimidos, o que pode ajudar a melhorar a adesão e até a resistência de muitos ao uso de insulina injetável.
Vamos aguardar os resultados. Para mais informações sobre diabetes e outras doenças associadas, acesse o portal Um Diabético. ( www.umdiabetico.com.br )