Roberta Nuñez

Comer pouco não garante emagrecimento saudável, alerta médico

Segundo o Dr. Matheus Alencar, dietas restritivas podem causar queda metabólica, compulsão alimentar e desequilíbrios hormonais

Dr. Matheus Alencar
Foto: Divulgação
Dr. Matheus Alencar

Apesar de popular, a ideia de que comer muito pouco é suficiente para emagrecer continua sendo um dos maiores equívocos no cuidado com a saúde. Segundo o Dr. Matheus Alencar, a restrição exagerada de calorias não acelera o emagrecimento, pelo contrário, ativa mecanismos de proteção que tornam o processo mais lento e mais difícil.

“Quando o corpo recebe menos energia do que precisa, ele reduz o metabolismo basal para se proteger. Isso significa que a pessoa queima menos calorias e ainda perde massa muscular, prejudicando força, disposição e gasto energético”, explica. O médico ressalta que essa estratégia pode desencadear compulsões alimentares e o famoso efeito sanfona, quando o peso perdido retorna rapidamente, muitas vezes em maior quantidade.

Jojo Todynho, Mariana Xavier e Fabiana Karla: três trajetórias marcadas pelo ciclo de dietas

Ao longo dos anos, figuras conhecidas como Jojo Todynho, Mariana Xavier e Fabiana Karla já falaram publicamente sobre as dificuldades que viveram com dietas restritivas, efeito sanfona e pressão estética.

Jojo Todynho, antes e depois da bariátrica, relatou diversas fases de tentativas de emagrecimento que envolviam métodos pouco sustentáveis e pressões intensas relacionadas à aparência. Mariana Xavier sempre reforça a importância de abandonar o ciclo de culpa e dietas extremas, abordando como já se viu presa a tentativas frustradas de emagrecer rapidamente. Fabiana Karla também compartilhou experiências com oscilações de peso e métodos restritivos que não ofereciam resultados duradouros.

Essas histórias são comuns entre celebridades e pessoas comuns: a busca por emagrecimento rápido frequentemente leva a práticas arriscadas, que comprometem saúde física e emocional. “O que vemos nessas narrativas é um reflexo do que ocorre com muitos pacientes no consultório: dietas muito restritas nunca são sustentáveis e o corpo responde tentando recuperar energia a qualquer custo”, observa o Dr. Matheus.

Por que comer pouco demais faz mal

Segundo o profissional, dietas muito restritas desencadeiam uma série de efeitos fisiológicos negativos:

- Redução do metabolismo basal, tornando o organismo mais “econômico”;

- Perda de massa magra, o que diminui força e reduz a queima calórica natural;

- Cansaço, irritabilidade e queda da disposição;

- Alterações hormonais, que atrapalham o emagrecimento;

- Aumento do risco de compulsões, devido à fome acumulada;

- Efeito rebote, com recuperação rápida do peso;

- Resultados instáveis e insustentáveis.

“Quando o metabolismo desacelera, não importa o quanto a pessoa se esforce: o corpo simplesmente não responde da forma desejada”, explica o médico.

O que realmente funciona para emagrecer com saúde

O caminho eficaz e seguro envolve comer melhor, não comer menos. Para o Dr. Matheus Alencar, os pilares do emagrecimento saudável são:

- Ingestão adequada de proteínas para preservar massa muscular;

- Carboidratos e gorduras de qualidade para energia e saciedade;

- Sono regulado e hidratação diária;

- Exercícios físicos adaptados à rotina;

- Acompanhamento médico e nutricional para estratégias personalizadas.

“O corpo precisa de combustível. Emagrecer é sobre ensinar o organismo a gastar mais energia e não obrigá-lo a sobreviver com menos”, reforça o Dr. Matheus.

* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG