Correr exige preparo e não apenas calçar o tênis, alerta médica
I.A
Correr exige preparo e não apenas calçar o tênis, alerta médica

A corrida se consolidou como um fenômeno global. Em 2025, foi o esporte mais praticado no mundo, segundo o relatório anual do Strava, plataforma que reúne dados de mais de 180 milhões de usuários em 185 países. O levantamento mostra que a Geração Z lidera esse movimento, priorizando bem-estar, saúde mental e conexão social, inclusive durante as férias.

O crescimento já vinha forte no ano anterior. Em 2024, o Brasil registrou mais de 19 milhões de corredores ativos, ocupando a segunda posição no ranking mundial. O aumento também se refletiu no calendário esportivo: foram realizados mais de 2,8 mil eventos de corrida de rua, um crescimento de 29% em relação a 2023, segundo a Associação Brasileira de Organizadores de Corridas de Rua e Esportes Outdoor.

Apesar de acessível e cheia de benefícios para o coração, o cérebro e a saúde mental, a corrida exige cuidado. Para a médica do esporte Priscilla Benfica, do Studio Gorga Bem-Estar, iniciar sem preparo adequado pode transformar uma atividade prazerosa em fonte de dores e lesões. “O corpo precisa de tempo para se adaptar ao impacto. Articulações, músculos e tendões não estão prontos de um dia para o outro. A progressão é a chave para correr com segurança”, explica.

Empolgação pode virar problema

Segundo a especialista, muitos iniciantes erram ao tentar aumentar rapidamente a distância ou a velocidade. “Não é sobre correr mais rápido, mas sobre manter um ritmo constante, ganhar resistência e respeitar os sinais do corpo. A pressa só aumenta o risco de inflamações e lesões”, alerta.

Corrida não substitui treino de força

Outro equívoco comum é acreditar que correr dispensa exercícios complementares. “Sem treino de força, o corpo não tem estabilidade suficiente para sustentar o impacto repetitivo. Isso eleva o risco de lesões em joelhos, tornozelos e quadris. Corrida e fortalecimento são aliados”, afirma a médica.

Calçado adequado faz diferença

Mais do que estética, o tênis é um item de prevenção. “Cada corredor tem um tipo de pisada e um histórico físico. O ideal é escolher um modelo que ofereça suporte e absorção de impacto adequados”, orienta a Dra. Priscilla.

Técnica, postura e fôlego

A especialista ressalta que postura e técnica influenciam diretamente no desempenho. “Forma de pisar, movimento dos braços e inclinação do tronco impactam o rendimento e o risco de dor. Ajustes simples ajudam a correr com mais eficiência”, explica.

Quanto ao fôlego, ela reforça: “O condicionamento vem com constância. Treinar até a exaustão não acelera resultados, só aumenta o risco de frustração”.

Alimentação e hidratação também contam

Segundo a médica, energia e hidratação são parte do treino. “Negligenciar esses pontos compromete o desempenho e aumenta a fadiga. Alimentação e hidratação são tão importantes quanto o tênis e a planilha”, destaca.

Para a especialista, a corrida pode ser uma grande aliada da saúde quando feita com consciência. “Escutar o corpo, respeitar limites e buscar orientação adequada garantem constância e evitam que a empolgação vire lesão. A corrida pode mudar a vida, mas precisa ser feita com inteligência”, conclui.

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