Uma festa infantil que convida, propositalmente, crianças que testaram positivo para a Covid-19 e encoraja que elas toquem, brinquem e conversem sem máscara com outras crianças saudáveis. O que, para muitos de nós, parece uma péssima ideia, já é uma tendência que preocupa cientistas nos Estados Unidos e na Europa.
Conhecidas como "pox parties" as reuniões desse tipo ficaram muito populares nos Estados Unidos na década de 1990, antes da vacina contra catapora, quando muitos pais escolhiam expor seus filhos à doença com o objetivo de evitar uma infecção tardia e supostamente mais grave. Apesar de hoje a doença já contar com um imunizante, ainda existem grupos que promovem e incentivam eventos dessa natureza.
Diante da pandemia da Covid-19, para a qual ainda não há vacina aprovada, o virologista Paul Lehner, da Universidade de Cambridge, afirma que existe a possibilidade de retorno das festas, especialmente se não houver uma campanha de vacinação em breve. "Por acreditar que a infecção não é grave em crianças, elas poderão ser convidadas para 'festas' como as pox parties, mas devemos esperar para ver', disse ele ao portal Daily Mail.
Autoridades sanitárias do EUA, porém, já se antecipam em dizer que a atitude é uma má ideia e pode trazer consequências graves para as crianças e para pessoas que convivem na mesma casa.
Em maio deste ano, o secretário de Saúde do estado de Washington, John Wiesman, fez um pronunciamento no qual afirmou que "ainda há muito que não sabemos sobre o vírus, inclusive o tempo de duração da imunidade e as sequelas que podem ocorrer após uma infecção. Esse tipo de comportamento desnecessário pode criar uma nova onda de casos e problemas no futuro".