A vacina da farmacêutica americana, desenvolvida em parceria com a empresa alemã BioNTech, é diferente das outras candidatas a vacina
Foto: Redação Olhar Digital
A vacina da farmacêutica americana, desenvolvida em parceria com a empresa alemã BioNTech, é diferente das outras candidatas

Pouco mais de 48 horas após o anúncio de que a vacina da Pfizer e da BioNTech contra a Covid-19 demonstrou ter 90% de eficácia, o brasileiro Jarbas Barbosa, vice-diretor Organização Pan-Americana de Saúde, disse que nenhum país do mundo está preparado para uma campanha de vacinação com o imunizante.

De acordo com Barbosa, a vacina precisa ser armazenada a temperaturas muito baixas e isso atrapalharia a logística de distribuição. "Esse tipo de vacina precisa de armazenamento e transporte a -75ºC. Hoje não estamos preparados para receber essa vacina. Nenhum país [nas Américas] tem estrutura, mesmo os mais ricos", disse o subdiretor da Opas, Jarbas Barbosa.


A vacina da farmacêutica americana, desenvolvida em parceria com a empresa alemã BioNTech, é diferente das outras candidatas a vacina contra a Covid-19, como a vacina de Oxford e a CoronaVac. Ela usa uma nova tecnologia com moléculas de RNA, enquanto os outros imunizantes usam o DNA.

Barbosa deu a declaração sobre a vacina da Pfizer em uma videoconferência da Opas quando perguntando sobre a dificuldade de aplicação do imunizante em áreas rurais do continente americano.

"Hoje nenhum país está preparado, em áreas rurais e urbanas de nenhum país do mundo, mesmo os países mais ricos", afirmou Barbosa. "Mas quando a vacina estiver disponível, junto com as outras vacinas, os países vão tomar as medidas para adquirir novos equipamentos de armazenamento", completou o vice-diretor da Opas.

Vacina da Pfizer no Brasil

Por enquanto, a vacina da Pfizer não tem acordo firmado para ser distribuída no Brasil, caso seja aprovada na fase 3 dos testes clínicos.

"Esperamos que outras vacinas sejam anunciadas em breve. A Pfizer está fazendo acordos com alguns países, como Argentina, Chile, México e Equador, e está negociando com Peru e Brasil", explicou Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da Opas.

Na segunda-feira (9), o vice-presidente Hamilton Mourão disse a vacina em questão pode ser adquirida pelo governo federal. Ele afirmou que haverá uma "corrida" em busca do imunizante. A declaração foi feita em entrevista à rádio BandNews.

"Acredito que essa vacina da Pfizer, uma vez sendo comprovada essa eficiência dela em 90% dos casos, ela terá uma boa prioridade e poderá ser objeto de compra do nosso governo”, disse. O vice-presidente afirmou, porém, que o assunto é de competência de outras pastas e não participa das discussões sobre o tema.

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