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Foto: Carolina Antunes/PR
Ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, garantiu que o Brasil receberá em janeiro de 2021 um primeiro lote de 15 milhões de doses da vacina do laboratório AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Pazuello participou na manhã desta quarta-feira (2) de audiência pública na comissão mista do Congresso, que acompanha as ações de enfrentamento ao novo coronavírus (Sars-CoV-2) e a execução orçamentária durante a pandemia

De acordo com o ministro, o acordo para essa o imunizante, fechado por R$ 1,9 bilhão, prevê a chegada de 100 milhões de doses no primeiro semestre. Após a transferência de tecnologia, o país estaria apto para produzir até 160 milhões de doses durante a segunda metade do ano.


O ministro da Saúde alertou sobre a capacidade de laboratórios internacionais entregarem grandes volumes de vacinas ao Brasil. Pazuello afirmou que são "uma, duas ou três" as opções de laboratórios que desenvolvem vacinas contra a Covid-19 com quantidade suficiente e um bom cronograma para atender as necessidades do País.

"Ficou muito óbvio que são muito poucas as fabricantes que têm a quantidade e o cronograma de entrega efetivo para o nosso País", afirmou. "Quando a gente chega no final das negociações e vai para cronograma de entrega e fabricação, os números são pífios", acrescentou Pazuello.

O ministro também fez críticas à propaganda feita em torno das vacinas, que sugere que já estaria tudo pronto para o início da imunização. "Na campanha publicitária, está tudo bem e maravilhoso, mas, quando você vai apertar, é bem diferente", criticou o ministro."Quando você vai efetivar a compra, não tem aquilo que tu quer, o preço não é bem aquele", completou, sem citar nenhum laboratório específico.

Sobre o preço dos imunizantes, Pazuello explicou que é um fator importante para a escolha da vacina e disse que o imunizante da AstraZeneca e da Oxford em terá custo de US$ 3,75 por dose – o que, segundo ele, representa em média um terço do valor das demais vacinas. "Quando há vacinas a US$ 18, US$ 20 a dose, nós precisamos ficar atentos. Os valores também fazem parte do nosso processo decisório", afirmou.

Na tarde de terça-feira, o ministério lançou um plano inicial para a vacinação da população brasileira, que será dividido em quatro etapas.

Confira as etapas:

Na primeira fasem, seriam vacinados os idosos com 75 anos ou mais, indígenas, profissionais de saúde e idosos acima de 60 anos que vivem em instituições de longa permanência. A pasta calcula que a necessidade para essa primeira fase será de 29,4 milhões de doses, considerando duas para cada pessoa e mais 5% de perda estimada.

No segundo momento, a promessa é de vacinar os brasileiros com mais de 60 anos, dos mais velhos para os mais jovens. A pasta classificou, para essa segunda fase, idosos entre 70 e 74 anos, seguidos pelas faixas etárias de 65 a 69 anos e 60 a 64. Serão cerca de 21 milhões de vacinados nesse grupo.

Na terceira fase da campanha, serão imunizadas pessoas maiores de 18 anos com comorbidades. A pasta informou que seriam elas: diabete, hipertensão arterial, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, transplantados de órgão sólido, pacientes com anemia falciforme, câncer (com diagnóstico nos últimos cinco anos) e obesidade grave (IMC acima de 40). A estimativa é de imunizar 12,6 milhões de pessoas.

A quarta e última fase deve abranger professores, profissionais de segurança, população carcerária e funcionários do sistema prisional.Os grupos somam cerca de 4 milhões de pessoas. 

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