John Nkengasong, chefe do Centro de Controle de Doenças da África, classificou como uma "catástrofe moral" se a vacinação contra a Covid-19 atrasar na África. "Se tornaria facilmente uma catástrofe moral se não nos uníssemos para abordar o futuro o mais cedo possível em 2021 e atender à África", disse Nkengasong.
A África registrou 2,7 milhões de infecções da doença e 64 mil mortes até esta quinta-feira, contabilizou a agência de notícias Reuters.
Em coletiva de imprensa, realizada nesta quinta-feira (31), disse que espera que campanhas de vacinação significativas no continente comecem em abril, de acordo com a agência de notícias Reuters. "É um longo caminho a percorrer, dado que este vírus se transmite muito rapidamente", declarou Nkengasong. Segundo o chefe do CDC africano, "a segunda onda está aqui [na África] com força total".
Os casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2) cerca de 19% desde a semana passada e as mortes aumentaram 26%, mostram dados do CDC africano. "Não podemos atrasar, precisamos dessas vacinas e precisamos delas agora", disse Nkengasong.
John Nkengasong destacou que os principais obstáculos para vacinações começarem na África são a disponibilidade global de doses e financiamento, já que as nações mais ricas adquiriram vacinas além do que precisam. "Não precisamos entrar em uma crise moral, em que essas coisas são estocadas no mundo desenvolvido e nós na África estamos lutando para ter", afirmou Nkengasong.
Ele explicou que a União Africana negocia com a União Europeia e com o Canadá para garantir vacinas. Além disso, o continente espera pelo programa Covax Facility da Organização Mundial de Saúde (OMS), que promete fornecer vacinas contra a Covid a países mais pobres.
Fonte: Reuters