O secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Chaves, afirmou que o sistema de vacinação do estado apresenta falhas e listou as situações que serão melhor fiscalizadas.
São elas, a "xepa", distribuição de doses excedentes para pessoas fora do grupo prioritário, o "uso irregular", aplicação de segunda remessa para pessoas que ainda não foram vacinadas e as "caravanas para vacinação", grupo de pessoas que se desloca para outro município para se vacinar.
De acordo com o secretário Carlos Alberto Chaves, profissionais de outros grupos prioritários estão organizando caravanas para municípios vizinhos em busca da imunização. "Se ficar impune, todos vão tomar a mesma medida. Se não cortar o mal pela raiz, vira rotina. A denúncia já foi comunicada aos órgãos competentes para que as medidas sejam tomadas o mais rápido possível", disse o secretário.
Com o intuito de coibir as práticas ilegais, Chaves falou em acionar órgãos de fiscalização. Ele explicou que as medidas devem ser tomadas de forma rápida e eficiente. O secretário ressaltou aindaque todas as cidades devem seguir as diretrizes do Plano Nacional de Imunização (PNI).
"Alguns municípios repassaram a segunda dose para pessoas que não foram vacinadas na primeira etapa. Esse é um risco muito grande. Coloca em risco todo o esquema de vacinação do Plano Nacional de Imunização (PNI). Eu falei para as promotoras que isso será caso de polícia, um caso sério. Os municípios têm autonomia para seguir o cronograma de vacinação, mas dentro do Plano Nacional”, afirmou.
Após cogitar a divulgação dos nomes dos vacinados para evitar os que as pessoas "furassem a fila" a secretaria da Saúde descartou a possibilidade. Em reunião com o Ministério Público fluminense, na quinta-feira (4), ficou definido que a fiscalização ficará a cargo dos órgãos de controle, como o próprio MP e o Tribunal de Contas.
"A gente entende que é praticamente impossível uma lista com nome e CPF de todos os vacinados no Rio de Janeiro. O Ministério Público já está recebendo as denúncias, então é muito mais fácil pro MP fazer essa fiscalização. A orientação que a gente tem dado é que os municípios sejam transparentes", explicou Mário Sérgio Ribeiro, superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental.