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Os pesquisadores perceberam que indivíduos com alto índice de massa corpórea (IMC) e com idade mais avançada e com a infecção em uma fase ascendente tendem a produzir mais gotículas respiratórias do que os outros grupos observados
Foto: Pixabay/Sabine van Erp
Os pesquisadores perceberam que indivíduos com alto índice de massa corpórea (IMC) e com idade mais avançada e com a infecção em uma fase ascendente tendem a produzir mais gotículas respiratórias do que os outros grupos observados

Desde o início da pandemia de Covid-19, se diz que cada contaminado com novo coronavírus pode transmitir o vírus para 3 pessoas. No entanto, isso é uma média; vários não passarão a doença para ninguém ou para menos do que isso, enquanto outros, os “super espalhadores”, podem transmiti-la para dezenas de pessoas. Agora, um novo estudo demonstrou quem podem ser essas pessoas e quais são os fatores que facilitam esse evento de transmissão.

Em estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences , os pesquisadores utilizaram dados de dois estudos: um observacional, envolvendo 194 voluntários saudáveis e outro experimento com primatas contaminados com a Covid-19. A conclusão é de que diferenças físicas podem impactar a emissão de aerossóis gerados pela respiração, o que favorece a transmissibilidade da doença.

Entre os fatores observados estão obesidade e a idade. Os pesquisadores perceberam que indivíduos com alto índice de massa corpórea (IMC) e com idade mais avançada e com a infecção em uma fase ascendente tendem a produzir mais gotículas respiratórias do que os outros grupos observados, mais especificamente 3 vezes mais.

Os pesquisadores também perceberam, como informa o MedicalXpress , que 18% dos humanos voluntários foram responsáveis por 80% das partículas exaladas pelo grupo, o que corresponde à expectativa de que uma minoria seja responsável pela maior parte das transmissões.

O estudo observou que o perfil de transmissão mudou de acordo com a progressão da infecção. Nos primatas, a emissão de aerossóis aumentou conforme a Covid-19 avançou, atingindo o pico após uma semana. Curiosamente, com o tempo as gotículas emitidas ficaram menores, chegando ao tamanho de um micrômetro no pico da infecção, contribuindo para que essas partículas mais leves permaneçam “boiando” no ar por mais tempo do que as maiores, que são levados ao chão praticamente imediatamente. Não só isso: essas partículas também viajam mais longe e conseguem penetrar mais fundo nos pulmões.

Esse perfil de aumento de emissão conforme o momento da infecção também foi percebido entre os pacientes que não desenvolvem nenhum sintoma da doença.

A conclusão do estudo é de que jovens e saudáveis têm menos chances de causar um evento de super espalhamento, mas que eles também podem produzir mais aerossóis quando infectados, favorecendo a transmissão do vírus.

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