Sob a justificativa de que os novos lotes estão garantidos, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, orientou que os municípios utilizem todo o novo lote de vacinas contra a Covid-19 para a aplicação da primeira dose. Ambas as vacinas utilizadas até então no Brasil, CoronaVac e AstraZeneca, necessitam de duas doses para garantir uma proteção eficaz contra a doença.
A orientação foi dada durante a reunião com a Frente Nacional de Perfeitos, que ocorreu na manhã desta sexta-feira. O atraso na entrega de novos lotes ao programa nacional de imunização, porém, gera insegurança sobre a possibilidade de obter as doses que seriam dedicadas à segunda aplicação no tempo ideal.
"Agora, a partir do dia 23, com a chegada de 4,7 milhões de novas vacinas, a imunização será em 4,7 milhões de brasileiros, não a metade, como estava acontecendo até então. A justificativa é que a pasta tem garantia de produção das doses", afirmou, pelo Twitter, a Frente Nacional de Prefeitos.
De acordo com Instituto Butantan, responsável pela produção da Coronavac, a imunização não é garantida se a segunda dose for adiada, já que estudo clínico da vacina foi projetado para avaliar a eficácia do produto com duas aplicações num intervalo de 14 a 28 dias. De acordo com o diretor do Butantan, Dimas Covas, não é possível tirar conclusão sobre a resposta imune de pacientes que passem um período muito mais longo entre as duas doses.
Já a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford resiste mais tempo entre a primeira e segunda aplicação, porém os estudos clínicos comprovam que eficácia apresenta perda gradual a medida em que aumenta o tempo entre as doses.