As vacinas ficaram prontas e o que mais se temia aconteceu: os países mais ricos encomendaram lotes enormes de imunizantes de diferentes farmacêuticas e deixaram as nações mais pobres quase sem opções. Como a capacidade de produção dos laboratórios é limitada, é natural que quem encomendou primeiro, receba o produto antes.
Nesta segunda-feira (22), Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), apelou para que os países ricos verifiquem, antes de fazer novas encomendas, se isso não vai atrapalhar os esforços de oferecer o imunizante a países menos favorecidos. Um dos afetados por esse movimento foi o consórcio Covax: uma aliança que busca garantir que imunizantes cheguem a países com populações vulneráveis.
Adhanom pede que os países ricos cooperem porque as tentativas deles de adquirir mais unidades de vacina “afetam os acordos da Covax e até a quantidade que tinha sido alocada para o consórcio foi diminuída”. Ele não citou quais são essas nações nem deu outros detalhes.
Não basta ter dinheiro
Na sexta-feira (19), os líderes dos países que compõem o grupo dos sete países mais industrializados do mundo, o G7, se comprometeram a acelerar o desenvolvimento e a distribuição global de vacinas e tratamentos para a Covid-19 de forma a tornar o acesso a eles mais equilibrado. Eles vão investir US$ 7,5 bilhões nesses esforços.
Apesar da promessa do G7, Adhanom lembra que, se não houver vacinas, não adianta nada ter dinheiro. “Só o dinheiro não ajuda em nada.” Ele já havia avisado que, Parte superior do formuláriose as vacinas contra a Covid-19 não forem distribuídas de forma justa, o mundo vai enfrentar uma “falha moral catastrófica”. Por outro lado, ele afirma que compreende as pressões políticas que os governantes dos países ricos enfrentam.
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Segundo Adhanom, “a melhor forma de se proteger não é vacinar-se individualmente, mas garantir que todos os cidadãos do mundo sejam imunizados”. Por isso, é importante aproveitar cada oportunidade de aumentar a produção de vacinas. “Assim, haverá mais volume para dividir. Por outro lado, se houver escassez, a divisão é difícil. E é exatamente isso que acontece agora”, lamenta.
A União Europeia é uma das regiões que passa por pressão depois de ter demorado para iniciar os esforços para a vacinação. Na semana passada, o bloco fez acordos para comprar milhões de doses adicionais.
Via: The Independent