(ANSA) - A Agência Italiana de Medicamentos (Aifa) revogou nesta sexta-feira (19) a suspensão do uso da vacina anti-Covid da multinacional anglo-sueca AstraZeneca e disse que o imunizante não tem "contraindicações substanciais".
A decisão segue um parecer divulgado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) na última quinta-feira (18), que afirma que a vacina não aumenta o risco geral de eventos tromboembólicos na população.
O uso da fórmula da AstraZeneca estava suspenso na Itália desde a segunda-feira passada (15), apesar da vontade do governo de acelerar a campanha de vacinação e de a EMA nunca ter recomendado a paralisação.
"A Aifa revogou há pouco o veto ao uso da vacina da AstraZeneca", disse o diretor-geral da agência, Nicola Magrini, em uma coletiva de imprensa em Roma. "A notícia principal a ser sublinhada é que os benefícios da vacina superam amplamente os riscos, então ela é segura, sem limitações de idade e sem contraindicações substanciais", acrescentou.
Atualmente, a Itália vacina cerca de 200 mil pessoas por dia, mas o governo de Mario Draghi estabeleceu a meta de chegar a 500 mil até meados de abril. Para isso, o país já conta com as doses da Pfizer, da Moderna e da AstraZeneca e em breve receberá seus primeiros lotes da Janssen.
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 5 milhões de pessoas já foram imunizadas, sendo que 2,3 milhões receberam as duas doses, pouco menos de 4% da população nacional. O objetivo de Draghi é chegar a 60% no fim de julho.
Tromboses
A vacina da AstraZeneca havia sido suspensa em mais da metade dos países da União Europeia devido ao surgimento de casos graves de coagulação sanguínea em pessoas recém-imunizadas.
No entanto, a EMA chegou à conclusão de que a vacina é "segura, eficaz e benéfica em proteger as pessoas contra a Covid-19" e "não está associada a um aumento no risco geral de eventos tromboembólicos e de coágulos sanguíneos".
Segundo a agência, alguns casos raros de coagulação intravascular disseminada (sete em um total de 20 milhões de vacinados) e de trombose cerebral da cavidade venosa (18) ainda estão sendo investigados, mas até agora não há nenhum elemento que indique uma correlação desses eventos com a vacina.
"Não foi demonstrado um nexo de causalidade com eventos trombóticos raros, mas serão feitos novos estudos", reforçou Magrini nesta sexta-feira. (ANSA)