Governos estudam, com ajuda de grandes empresários, a criação de um certificado de vacinação contra a Covid-19 para controlar a entrada de pessoas em outros países e até mesmo em estabelecimentos e espaços privados. Medida gerou polêmica assim que foi anunciada.
Políticos conservadores dos Estados Unidos acreditam que tal exigência é extremamente exagerada, enquanto outros argumentam que ela pode ser benéfica na luta contra o coronavírus. Para pesquisadores, há um outro problema em questão, e ele é ético.
“Pessoas de países desenvolvidos e ricos, com acesso a vacinas, voltarão a viajar pelo mundo todo, enquanto a população pobre de países de terceiro mundo ficarão ‘presos’”, afirmou Chris Beyrer, professor de epidemiologia da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health.
A desigualdade na pandemia é um dos temas que mais preocupam os especialistas, uma vez que as classes mais desfavorecidas financeiramente fazem parte de um dos grupos que mais sofrem com a doença.
Diferente de outros programas de certificação de vacinas que estamos acostumados, como o da febre amarela que é exigido para entrar em alguns países africanos e sul-americanos, a proposta para o combate à pandemia não envolve apenas viagens. Muitas empresas pedirão às pessoas essa credencial para participarem de eventos esportivos, shows musicais, cinema e etc…
“Este [certificado de vacinação] não é um conceito totalmente novo, mas o problema que o torna tão incomum é que é algo que você teria que fazer para entrar em um evento diário. Isso não é algo que estamos acostumados a fazer”, alertou Lisa Lee, diretora de Virginia Tech.
Há o receio que essa demanda pela credencial se expanda e crie mais exclusão de parte da sociedade.
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A esperança dos especialistas
As preocupações ao redor do certificado de vacinação contra a Covid-19, porém, podem acabar antes mesmo da proposta sair do papel. Isso dependerá do avanço da imunização ao redor do mundo.
Caso o número de pessoas vacinadas aumente consideravelmente, a pandemia poderá deixar a fase de emergência o mais breve possível. Especialistas acreditam que com mais gente protegida, o vírus irá diminuir sua circulação em todo o planeta, fazendo com que as certificações para a vacina do coronavírus pareçam ser menos necessárias e menos justificáveis.
Via: The Verge