A expectativa é que a intensa disputa global por vacinas nessa primeira leva não se repita na segunda, com mais opções de vacinas
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A expectativa é que a intensa disputa global por vacinas nessa primeira leva não se repita na segunda, com mais opções de vacinas

Tudo indica que a vacinação contra Covid-19 vai acontecer de forma regular, assim como a da gripe, já que os imunizantes atuais não garantem uma proteção vitalícia contra a doença. Apesar de o mundo estar longe completar o primeiro ciclo de vacinação, uma segunda geração de vacinas contra a Covid-19 está surgindo.

Uma pesquisa da People’s Vaccine Alliance, um grupo formado por várias organizações, incluindo a Anistia Internacional e a Oxfam, indica que o mundo vai precisar de uma reimunização dentro de cerca de 1 ano. Um total de 66% dos especialistas entrevistados deram esse prazo como provável devido ao número de mutações que a doença sofre.

A expectativa é que a intensa disputa global por vacinas nessa primeira leva não se repita na segunda, com mais opções de vacinas e uma produção em maior escala. Para isso, novas candidatas a vacinas contra Covid-19 estão surgindo e a maior parte delas prometem serem mais baratas e terem um armazenamento mais simples.

Um estudo publicado na Lancenet em Outubro de 2020 fala sobre as potenciais vacinas de uma segunda geração contra a Covid-19. O autor do estudo, Gregory Poland, especialista da Clínica Mayo, diz que é cedo para conhecermos profundamente o vírus e que muita coisa, que não prevemos pode acontecer. “Não sabemos o que pode acontecer. Não temos ideia das surpresas que podemos encontrar em um vírus que conhecemos só há um ano”, disse.

A vantagem nesses novos imunizantes, é que muitos deles prometem ter uma adaptação mais fácil e uma durabilidade maior do que os atuais, já que estão sendo desenvolvidos a mais tempo e sendo finalizados quando já vimos parcialmente as consequências da doença.

Conheça as principais vacinas contra Covid-19 da segunda geração:

Novavax

Talvez a maior representante dessa nova leva seja a Novavax, a vacina desenvolvida pela farmacêutica americana possui acordos para entregar 110 milhões de doses da NVX-CoV2373 aos EUA até julho deste ano. O imunizante também possui parcerias com a Europa e já está finalizou o estudo de fase 3.

Segundo dados recentes, o imunizante da Novavax tem 96% de eficácia global na prevenção da doença. A vacina possui uma proteína de pico de pré-fusão de comprimento total, feita com tecnologia de nanopartículas recombinantes e o adjuvante Matrix-M, baseado em saponina próprio da empresa.

Ad5-nCov

Produzida pela chinesa CanSino Biologics, a vacina conhecida como Ad5-nCov possui eficácia superior a 65% contra todos os casos sintomáticos da doença e previne até 90,7% dos casos graves com apenas uma dose. Os testes preliminares de fase 3 já foram realizados.

Esse imunizante usa um vírus de resfriado comum enfraquecido para colocar material genético que codifica a proteína spike da SARS-CoV-2 para as células. Essas células produzem a proteína e vão para os linfonodos. A ideia é que assim o sistema imunológico crie anticorpos contra o coronavírus.

Nanopartículas

Essa tecnologia engloba algumas vacinas que atualmente estão sendo desenvolvidas nessa segunda geração. A principal delas parece ser uma da Universidade de Washington. O conceito é fundir a proteína spike da Covid-19 com nanopartículas para forçar uma reação imunológica do corpo humano. Os resultados preliminares indicam uma resposta de anticorpos 10 vezes maior do que aquelas que utilizam a spike de forma natural.

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Sinopharm

Essa já teve seu desenvolvimento concluído e aguarda aprovação de órgãos regulatórios. A OMS inclusive recebeu os dados e espera concluir a aprovação até o final de abril. A tecnologia dessa utiliza uma versão inativa do vírus, bastante semelhante a Coronavac, aplicada aqui no Brasil.

Vacinas brasileiras

Existem centenas de vacinas que fazem parte dessa segunda geração. Acima destacamos algumas tecnologias globais, mas essa semana foram reveladas também pelo menos dois imunizantes brasileiros, que ainda estão em fases iniciais de testes.

Butanvac

O imunizante vai ser 100% feito no Brasil, pelo Instituto Butantan e usa a mesma tecnologia que já é aplicada na vacina da gripe, para criar o vírus em um ovo. O processo também é próximo da vacina de Oxford, envasada na Fiocruz, no Rio de Janeiro. A previsão dada na apresentação é de que o imunizante ficaria pronto até agosto, mas especialistas alertam que isso deve demorar até 2022.

Versamune

A Versamune também foi anunciada no mesmo dia da Butanvac, pelo Governo Federal. Esse imunizante é desenvolvido pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). A tecnologia usa um pedaço do vírus manipulado para expor nosso corpo a uma quantidade segura da doença e causar uma resposta do sistema imunológico.

Via Scientific American

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