Vacina contra Covid-19
Foto: Pixabay/Creative Commons
Vacina contra Covid-19

Desde o começo da pandemia da Covid-19 aguardamos pelo momento em que as coisas vão voltar “ao normal”. Com a vacinação avançanda, ainda que de forma lenta, fica a dúvida: como vai estar o mundo quando a maioria das pessoas estiverem imunizadas?

Primeiramente é importante ressaltar que as vacinas aplicadas até aqui não impedem completamente a transmissão, pelo menos até onde se sabe. Ou seja, mesmo vacinado ainda é importante manter as recomendações de uso de máscara e distanciamento social até que a situação esteja sob controle.

“As vacinas atuais não devem ser como a da Febre Amarela, que só uma dose protege para o resto da vida. Os imunizantes contra Covid-19 são diferentes e devem ser reaplicados depois de um tempo”, explicou o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Flávio Guimarães da Fonseca, em entrevista ao Olhar Digital há algumas semanas.

Especialistas da Universidade de Chicago publicaram uma análise para tentar entender o quadro da doença no futuro e quando as coisas vão voltar ao normal após a vacina. “Portanto, a vacina é um presente complexo. Ambos dão a sensação de que você está protegido, mas não devem dar a sensação de que você é livre para fazer o que quiser”, diz Laurie Zoloth, professora de religião e ética da instituição.

O mundo normal pós-covid-19?

“A natureza desta pandemia é tal que sua escolha pessoal afeta a esfera pública. Então quando você fala: ‘Não vou tomar vacina, mas quero o direito de continuar trabalhando. Quero o direito de entrar no avião e o direito de ir e ouvir ópera. O que você está fazendo é impor esse risco a mim e a qualquer pessoa da comunidade que possa ser mais vulnerável”, completa ainda.

Outro ponto destacado são os “passaportes de vacina” que podem ser necessários para a circulação em alguns locais durante um tempo. A expectativa é que verificação seja feita por um QR Code em aplicativos oficiais ou autorizados pelos governos.

“Em áreas urbanas, onde muita atividade econômica depende da interação das pessoas entre si, e onde a densidade populacional realmente aumenta o risco de infecção, acho que os passaportes de imunidade podem desempenhar um papel mais importante no incentivo às pessoas à medida que a campanha de vacinação continua encorajando as pessoas a realmente se envolverem na atividade econômica”, disse Anup Malani, professor de direito da Universidade de Chicago.

Brenda Battle, Vice-Presidente Sênior da Transformação da Saúde Comunitária da instituição de ensino ressalta uma mudança na saúde, para evitar que outras doenças desse tipo surjam e para garantir uma vacinação mais rápida para todos os países. “Os líderes cívicos precisam usar seu privilégio para defender as comunidades que foram marginalizadas e sofreram as disparidades que vimos reveladas por meio desta vacina Covid-19″, explicou.

Sobre quando as coisas devem começar a se normalizar existe ainda uma incerteza sobre cada país, já que o avanço da vacinação varia muito. No Brasil, o Ministério da Saúde chegou a afirmar que toda a população seria vacinada até dezembro. Mas com os atrasos recentes essa meta dificilmente será mantida.

O mais provável é que todo mundo esteja vacinado no primeiro semestre de 2022. No entanto, os especialistas ressaltam que até o fim desse ano vai dar para ter uma noção de como vai ser o “novo normal” pós Covid-19.

Via Universidade de Chicago

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