Um profissional de saúde não vacinado desencadeou um surto de Covid-19 em um lar de idosos em Kentucky, nos Estados Unidos, onde a grande maioria dos residentes foi imunizada. Foram registradas dezenas de infecções, incluindo 22 casos entre residentes e funcionários que já estavam totalmente vacinados, segundo um estudo dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, divulgado na quarta-feira.
A maioria dos vacinados que foram infectados pelo coronavírus não desenvolveu sintomas ou necessitou de hospitalização, mas um residente da casa de repouso, que também havia sido imunizado, morreu.
Ao todo, 26 residentes foram infectados, incluindo 18 vacinados, e 20 profissionais de saúde, incluindo quatro vacinados. Dois residentes que não haviam sido imunizados contra a Covid-19 também morreram.
O estudo ressalta a importância da vacinação tanto dos residentes de asilos quanto dos profissionais de saúde que entram e saem desses locais. Enquanto 90% dos 83 idosos na casa de repouso de Kentucky foram imunizados contra a doença, apenas metade dos 116 funcionários haviam sido vacinados quando o surto foi identificado, em março deste ano.
Os autores também destacam a importância de manter medidas como o uso de equipamentos de proteção, protocolos de controle de infecções e testes de rotina, independentemente do nível das taxas de vacinação. A disseminação das variantes do coronavírus também aumentou as preocupações.
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Variante
O surto envolveu uma variante do coronavírus que apresenta múltiplas mutações na proteína spike, do tipo que pode tornar as vacinas menos eficazes. Ainda assim, residentes vacinados e profissionais de saúde nas instalações de Kentucky eram menos propensos a serem infectados do que aqueles que não haviam sido vacinados, e eram muito menos propensos a desenvolver sintomas, segundo o estudo.
No surto de Kentucky, a variante do coronavírus identificada foi a chamada R1, que não está na lista dos CDC de variantes consideradas de preocupação ou interesse.
No entanto, observam os autores do estudo, essa variante tem várias mutações importantes: D614G, que demonstra evidência de transmissibilidade aumentada; E484K no domínio de ligação ao receptor da proteína spike, que também é observada na variante identificada pela primeira vez na África do Sul, e na P1 do Brasil; e W152L, que pode reduzir a eficácia dos anticorpos neutralizantes.