A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou que recebeu nesta sexta-feira (21) um novo documento referente à vacina Sputnik V, imunizante contra a Covid-19 desenvolvido pelo Centro Gamaleya, na Rússia.
De acordo com a agência, a documentação adicional foi inclusa ao processo de solicitação de importação da vacina
e ainda será avaliada como parte do novo pedido de importação pelos estados da Bahia e do Maranhão.
Atualmente, a Anvisa avalia o pedido de importação realizado pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central, além do segundo pedido feito pelos estados da Bahia, Maranhão, Ceará, Sergipe e Pernambuco.
Entenda
Hoje (21) mais cedo, a Procuradoria Geral do Estado da Bahia encaminhou à Anvisa, em nome do Consórcio Nordeste, os documentos finais para uma reavaliação sobre a situação atual da vacina russa, que teve o pedido de importação e uso foi reprovado pela agência no dia 26 de abril.
"Diante da urgência de imunização da população brasileira, com o incremento incessante do número diário de contaminados e mortos (já alcançado o trágico total de 446.403 mortes), e da chegada comprovada da nova cepa indiana no país e no Nordeste, de ainda maior letalidade, pleiteamos a imediata análise do pleito, no prazo de 07 (sete) dias, sob pena de maiores atrasos na importação, distribuição e aplicação da vacina, única medida eficaz para o controle da pandemia”, escreveu a Procuradoria no ofício de entrega do material.
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Outros documentos já foram apresentados pelo Consórcio do Nordeste, mas, segundo a agência, não continham todas as informações exigidas.
Os estados do Nordeste têm um contrato assinado com o laboratório para compra de 37 milhões de doses do imunizante. "O relatório técnico é o último documento que faltava. Agora o que esperamos é uma posição favorável à liberação da importação e uso da vacina, por preencher requisitos internacionais de segurança, eficácia na imunização", disse o governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT).
Recusa da Sputnik V
Em seu depoimento na CPI da Covid, o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, reiterou que o processo de análise encontra-se parado na Anvisa para que a farmacêutica União Química – que representa o medicamento no Brasil – forneça as informações solicitadas.
Barra Torres reforçou que recusou o uso emergencial do imunizante russo com base nos documentos enviados pelos russos e disse que a agência não faz testes laboratoriais. Ainda segundo o representante da Anvisa, "vacina não é para ter vírus replicantes" e os documentos apontam números superiores a zero.