Ampola de CoronaVac
Foto: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação
Ampola de CoronaVac

As doses de CoronaVac levam cerca de 20 dias para serem preparadas no Instituto Butantan depois que a matéria-prima para a produção delas chega da China. Por isso, os 3 mil litros de IFA (ingrediente farmacêutico ativo) aguardados para desembarque em São Paulo nesta terça-feira só renderão mais doses à campanha de vacinação contra a Covid no Brasil dentro de algumas semanas.

Essa quantidade de IFA, que é esperada no aeroporto de Guarulhos por volta das 17h30, deve gerar 5 milhões de doses da CoronaVac. O lote representará uma retomada na linha de produção do imunizante no Butantan, que não consegue entregar novas vacinas contra o coronavírus desde 14 de maio — segundo mês marcado por escassez de envios do produto fabricado na biofarmacêutica Sinovac, em Pequim.

É lá na China que toda a base da vacina, por assim dizer, é feita. Em São Paulo, porém, é que esse líquido chega aos frascos em que a CoronaVac é distribuída pelo país.


Conheça abaixo o passo a passo da produção no Butantan

  • Depois de desembarcados do avião no Brasil, os insumos da CoronaVac são colocados em caminhões refrigerados e levados até o Instituto Butantan, em São Paulo.
  • No Butantan, os contêineres de aço inox com a matéria-prima da vacina são descarregados e inspecionados.
  • Os funcionários extraem dados de um termômetro eletrônico acoplado em cada caixa para verificar se a temperatura se manteve adequada (entre 2ºC a 8ºC) durante todo o percurso, desde a China até o almoxarifado do instituto.
  • O material fica então guardado em uma câmara fria, onde as caixas metálicas são mantidas de 2ºC a 8ºC.
  • O líquido, no entanto, ainda não irá para os frascos de vacina. Para isso, ele precisa antes ser liberado pela equipe de qualidade do Butantan, que pode levar cerca de um dia para dar o aval. Eles só podem autorizar a produção do material que ficou em boa temperatura durante o caminho.
  • Se estiver tudo ok, da câmara fria o líquido vai para tanques de agitação, para ficar bem homogêneo.
  • Dali segue para o envase, feito em uma sala em que a temperatura precisa estar abaixo dos 20ºC.
  • Essa etapa, em que as máquinas injetam o líquido nos frascos, leva de um a dois dias para ser feita em um lote de insumos.
  • Na sequência, os vidrinhos com o líquido são fechados com uma tampa de borracha e também selados com um selo de alumínio.
  • As vacinas são então inspecionadas por máquinas e também por humanos. É importante garantir que todos os frascos estejam com a mesma quantidade de líquido, sem qualquer impureza e sem dano no vidro nem na tampa.
  • Há ainda algumas amostras de cada lote que são separadas e enviadas para um laboratório do Butantan para análises mais detalhadas da qualidade e da segurança. Esse período de testes é o mais longo do processo e pode levar duas semanas para ser concluído para cada lote.
  • Com o lote aprovado, os vidros com a vacina vão parar na etapa de rotulagem. Na etiqueta aplicada em cada um deles constam, entre outros dados, o número do lote e a data de validade.
  • Em seguida, as vacinas podem ser acomodadas em embalagens. Os passos de etiquetar e embalar não levam mais que dois dias por lote.
  • O armazenamento dessas caixas é feito em um local com temperatura ajustada entre 2ºC a 8ºC, onde ficam à espera da distribuição ao Ministério da Saúde.

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