Prefeitura de SP volta atrás e diz que passaporte da vacina será "recomendável"

Após prefeito Ricardo Nunes (MDB) dizer que documento seria obrigatório, secretário municipal da Saúde adotou discurso mais moderado


Edson Aparecido
Foto: Foto: Reprodução/Prefeitura de SP
Edson Aparecido


A Prefeitura de São Paulo recuou em relação à obrigatoriedade do passaporte da vacina aos clientes de estabelecimentos comerciais da capital paulista.

Após o prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), afirmar que o documento seria obrigatório para as pessoas acessarem bares, restaurantes, shoppings, teatros, cinemas, etc., o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, disse que o passaporte será apenas "recomendável" a alguns estabelecimentos e obrigatório em outros (restaurantes com eventos e teatros, por exemplo).

Passaporte

Mais cedo nesta segunda-feira, a Prefeitura de São Paulo havia anunciado que o passaporte de vacinação seria obrigatório para as pessoas entrarem em estabelecimentos da cidade. De acordo com a administração municipal, o documento seria exigido já nas próximas semanas.

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Em coletiva, o prefeito Ricardo Nunes também afirmou que os testes já estavam sendo feitos. Ainda segundo Nunes, "os locais que não cumprissem as regras e não exigissem o passaporte seriam multados".

Desde a última quarta-feira (17) o estado de São Paulo não tem mais quarentena, não havendo mais limites de horário nem ocupação nos locais e estabelecimentos .



Críticas

Em entrevista ao Globo, o presidente-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, criticou a adoção do passaporte em São Paulo: "O passaporte da vacina para bares e restaurantes só gera aglomerações e falsa sensação de segurança. Nada garante que alguém com temperatura normal não está transmitindo, nem quem tomou a primeira dose. O fundamental é manter os protocolos de prevenção", avaliou.

"Imagina que alguém que não foi vacinado entre e sente no bar. O dono ou o gerente terão poder polícia para retirá-lo dali? Ou deverão ligar para a PM? Ou, se não conseguir tirá-lo da mesa, serão multados?", questionou Solmucci.