A Índia retomará as exportações de vacinas contra a Covid-19 em outubro, dando prioridade ao concórcio global de compartilhamento de vacinas, o Covax, e a países vizinhos, à medida que os suprimentos aumentam, disse o ministro da Saúde, Mansukh Mandaviya, na segunda-feira (20).
O país, principal fabricante de vacinas do mundo, interrompeu a exportação das doses em abril para focar na imunização de sua própria população, já que o número de infecções cresciam internamente naquele momento, culminando no dia 6 de maio, quando foram contabilizados 414.188 novos casos e uma média móvel de infecções de 389.803.
"A produção mensal de vacinas do país mais do que dobrou desde então e está prevista para quadruplicar para mais de 300 milhões de doses no mês que vem", disse Mandaviya, acrescentando que somente os suprimentos considerados em excesso seriam exportados.
O ministro ainda falou que a produção total poderia ultrapassar 1 bilhão nos últimos três meses do ano, já que novas vacinas de empresas como a Biological E provavelmente serão aprovadas. "Ajudaremos outros países e também cumpriremos nossa responsabilidade em relação ao Covax", afirmou a repórteres.
Antes da interrupção, a Índia doou ou vendeu 66 milhões de doses para quase 100 países.
O anúncio da retomada das exportações no último trimestre do ano, de outubro a dezembro, ocorreu antes da visita do primeiro-ministro Narendra Modi a Washington esta semana, onde as vacinas provavelmente serão discutidas em uma cúpula dos líderes dos países do Diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad, em inglês), composto por Estados Unidos, Índia, Japão e Austrália.
A Índia quer vacinar todos os seus 944 milhões de adultos até dezembro e já aplicou pelo menos uma dose a 64% deles e duas doses em 22%.
As vacinas da Índia aumentaram desde o mês passado, especialmente porque o maior fabricante de vacinas do mundo, o Instituto Serum da Índia, mais do que triplicou sua produção da vacina AstraZeneca para 200 milhões de doses por mês. As empresas indianas estabeleceram a capacidade de produzir quase 3 bilhões de doses de vacina contra o coronavírus por ano.
Ao todo, o país registrou 33,5 milhões de casos e 445 mil mortes por causa da Covid-19. Com a vacinação o número de casos positivos e óbitos têm diminuído. Nas últimas 24 horas, 30.256 pessoas contraíram a doença e 295 morreram devido ao vírus.