O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta , já alertava para a situação da Prevent Senior ao menos desde março de 2020. No dia 31 daquele mês, o então responsável criticou o Sancta Maggiore, hospital que pertence à operadora.
Como lembrado pela CNN Brasil, na ocasião, Mandetta disse que havia uma taxa alta de mortes de idosos na unidade de saúde. Por conta disso, ele afirmou que havia a possibilidade de intervenção nos hospitais da Prevent Senior.
Exatos 16 dias depois, Mandetta deixou o Ministério da Saúde. Até sua saída definitiva, ele travou disputas com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por discordâncias relacionadas ao combate à pandemia. Um dos pontos de discussão entre os dois era justamente a recomendação para uso de remédios como a hidroxicloroquina para tratar a doença.
De um lado, o então ministro era contra a medida. Do outro, o presidente da República, que não possui formação médica, até hoje insiste no que chama de "tratamento precoce".
Cerca de um ano e meio depois, em setembro deste ano, a Prevent Senior é investigada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, justamente pela aplicação do "kit Covid", com remédios sem qualquer eficácia contra a doença, nos pacientes que apresentavam sintomas. A operadora ainda admitiu que alterava o código de diagnóstico (CID) dos pacientes com coronavírus após o período de transmissão.