Após 26 meses de vigência, terminou nesta sexta-feira (1º) o estado de emergência na Itália devido à pandemia de Covid-19.
Esse instrumento havia sido imposto em 31 de janeiro de 2020, depois da descoberta dos primeiros casos do novo coronavírus no país, e foi prorrogado quatro vezes desde então, dando poderes especiais ao governo para enfrentar a crise sanitária.
O fim do estado de emergência reflete a melhora da situação epidemiológica na Itália, que enfrentou cenas dramáticas nos primeiros meses da pandemia, com hospitais em colapso e filas de caixões em cemitérios.
No entanto, o elevado percentual de vacinação da população (81% com primeiro ciclo completo, 65% com a dose de reforço) fez com que as recentes altas nos casos puxadas pela variante Ômicron não se traduzissem na mesma medida em internações e óbitos.
Em entrevista à rádio Rai1, o ministro italiano da Saúde, Roberto Speranza, disse que o governo mudou a gestão da pandemia, "tentando transformá-la de um regime extraordinário para um ordinário". "Mas com os pés no chão porque não tem um botão de 'desliga' que acaba com a pandemia. A pandemia ainda está em curso", advertiu.
Além do encerramento do estado de emergência, o governo da Itália flexibilizou uma série de regras sanitárias, como o fim da exigência de certificado de vacinação, cura ou teste negativo (o chamado "passe verde") em locais como lojas, hotéis, museus, repartições públicas, bancos e áreas descobertas de bares e restaurantes.
O passe verde também deixou de ser obrigatório em meios de transporte locais, porém continua sendo compulsório em transportes de longa distância. Já estádios de futebol voltam a operar com até 100% da capacidade.
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O início de abril ainda marca o fim da quarentena obrigatória para contatos próximos com casos positivos e do sistema de cores para apontar o risco epidemiológico das regiões. O governo também extinguiu o comitê técnico-científico (CTS) que o assessorava no combate à pandemia e o cargo de "comissário extraordinário" para coordenar as ações anti-Covid.
Até 30 de abril, a Itália seguirá exigindo certificado de vacinação ou cura ("passe verde reforçado") em piscinas, academias, SPAs, casas noturnas, congressos, feiras e competições esportivas em ginásios cobertos.
O cronograma do governo prevê o fim da exigência do passe verde em quase todas as atividades (as únicas exceções serão visitas a asilos e hospitais) e do uso compulsório de máscara em locais fechados em 1º de maio.
"Máscaras em locais fechados ainda são importantes porque a circulação do vírus é muito alta. Vamos avaliar o andamento, mas hoje digo que as máscaras ainda são essenciais para combater o vírus", acrescentou Speranza.
A Itália acumula 14,6 milhões de casos e quase 160 mil mortes desde o início da pandemia.
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