Dados do Estado de São Paulo mostram que a região vive um aumento de 48,7% nas internações por Covid-19. De acordo com o monitoramento da Secretaria Estadual de Saúde, foram 391 novas internações nesta quinta-feira, levando a média móvel a 284 por dia. Há duas semanas, esse número era de 191. Desde o fim de abril, o estado, assim como o país, tem vivido um cenário de estabilização ou aumento nos indicadores da doença.
Embora a tendência de crescimento preocupe especialistas, que temem um aumento persistente que leve a pioras significativas da situação epidemiológica, o indicador de hospitalizações em São Paulo segue em patamares considerados baixos, semelhantes àqueles de dezembro de 2021, antes da chegada da variante Ômicron no Brasil.
Nos piores estágios da pandemia, em março de 2021, o estado chegou a cerca de 3.399 novas internações por dia, enquanto em seu melhor momento, no meio do último mês, esse índice chegou a 146. De lá para cá, quase dobrou.
"Penso que essa piora agora teve a influência da retirada das máscaras com a entrada dos subtipos da variante Ômicron, que ao que parece provocam casos de reinfecção mais frequentes. A preocupação são os não vacinados e a Covid Longa em caso de contaminação",
afirma a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
As taxas de ocupação dos leitos de UTI e enfermaria para Covid-19 no estado estão em 71,6% e 74,5%, respectivamente. Esses índices são levemente mais baixos na região metropolitana.
Em relação às mortes, embora a queda observada desde fevereiro no índice tenha sido interrompida, o aumento nas internações das últimas duas semanas ainda não se refletiu em um crescimento nos óbitos. Enquanto ontem foram registrados 65 mortes no estado, levando a média móvel a 36 por dia, há duas semanas esse cálculo era de 40, uma variação de 10% que indica estabilidade.
Para Ethel, o importante agora é reforçar a vacinação da dose de reforço entre os que ainda não receberam, completar o esquema vacinal das crianças com as duas aplicações e aumentar o número de idosos com a quarta dose.
"O esquema hoje é de 2 doses para crianças, 3 doses para adultos e 4 para imunossuprimidos e idosos, mas estamos muito longe da cobertura vacinal suficiente para minimizar nossos riscos", diz a especialista.
Segundo dados do consórcio de veículos de imprensa, o estado vacinou apenas 59% das crianças de 5 a 11 anos com as duas doses e 60% da população geral com a dose de reforço. Nesta quinta-feira, a prefeitura de São Paulo solicitou ao Ministério da Saúde autorização para ampliar o público-alvo da campanha de imunização contra a Covid-19.
O município quer estender a quarta dose para profissionais da saúde de todas as faixas etárias e para pessoas de 50 a 59 anos (hoje é permitido apenas a partir de 60). Além disso, quer que adolescentes de 12 a 17 anos sejam elegíveis para a terceira dose, hoje restrita no grupo aos imunossuprimidos.
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