Tradicionalmente, a menopausa é vista em nossa cultura como perda de feminilidade e valorização, associada ao fim da fase reprodutiva, da juventude e da vida sexual. Nos sentimos menos atrativos sexualmente, nesta mesma cultura, que tem o corpo como um capital e a juventude, um valor. No entanto, essa visão está mudando aos poucos, com mulheres influentes dando voz para desmistificar essas questões como Claudia Raia, Angélica, Maria Cândida , entre outras.
Estudos recentes mostram que, apesar dos tabus, há um aumento no conhecimento e interesse pelo tema. Uma pesquisa realizada pelo Olhar Digital revelou que 58% das mulheres brasileiras têm conhecimento sobre a menopausa, comparado a 37% dos homens . Isso indica progresso na conscientização e no diálogo sobre a saúde feminina.
A menopausa é uma fase natural, marcada por mudanças hormonais significativas que podem, sim, impactar a sexualidade. No entanto, essa fase não precisa ser o fim da vida sexual ativa e prazerosa, mas uma oportunidade para redescobrir o prazer e fortalecer a intimidade.
Durante a menopausa, a diminuição dos níveis de estrogênio e testosterona podem causar secura vaginal, diminuição do desejo sexual e desconforto durante a relação. Segundo um estudo da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), cerca de 50% das mulheres na menopausa relatam algum grau de disfunção sexual. Esses sintomas podem ser desafiadores, mas existem várias estratégias para driblá-los. Vamos a elas:
Autoconhecimento
A mulher que entende e presta atenção como seu corpo responde às mudanças hormonais pode, mais facilmente, encontrar recursos para minimizar os sintomas e melhorar sua vida sexual. Para aquelas que têm uma parceria, conhecer suas preferências e limites ajuda a comunicar melhor suas necessidades e desafios, aumentando a intimidade e a satisfação sexual.
Comunicação
Esther Perel, psicoterapeuta renomada e autora belga-americana diz: “Falar sobre sexo é mais íntimo do que fazer sexo.”
A boa comunicação é o nosso melhor “lubrificante”, é a base para um relacionamento saudável. A comunicação aberta com a parceria é fundamental para garantir confiança e satisfação sexual. Compartilhar sentimentos e preocupações, pode fortalecer a relação e ajudar a encontrar soluções conjuntas, evoluindo na intimidade.
Uma dose extra de lubrificação
Para aliviar os sintomas da menopausa, invista em um bom lubrificante à base de água que pode reduzir o atrito e o desconforto na hora da relação. Para combater a secura mais grave e a atrofia vaginal, os hidratantes vaginais e acompanhamento com uma fisioterapeuta pélvica, podem fazer a diferença.
Reposição Hormonal
A terapia de reposição hormonal (TRH) pode ser uma aliada importante, desde que validada por um especialista. Nunca deixe de estar em dia com suas consultas ginecológicas para que possa ser orientada da melhor estratégia para você.
Exercícios e Técnicas de Relaxamento
Exercícios de ginástica íntima, orientados por uma fisioterapeuta pélvica, podem fortalecer os músculos do assoalho pélvico, melhorando a saúde sexual e o prazer. Técnicas de relaxamento, como ioga e meditação , também podem ajudar a reduzir o estresse e aumentar o bem-estar geral desta fase.
Redescobrindo o Prazer
A menopausa pode ser um momento de redescoberta. Permita-se conhecer melhor o próprio corpo e explorar novas zonas erógenas. Isso pode trazer uma nova dimensão ao prazer sexual. Inclua brinquedos e produtos eróticos, invista em contos, podcasts, filmes eróticos, massagens sensuais para estimular o desejo. Preliminares prolongadas, podem aumentar a satisfação sexual e facilitar o orgasmo, já que o ciclo de resposta sexual fica comprometido. Não abra mão do seu prazer. O orgasmo é terapêutico, libera os melhores hormônios por todo o corpo. Nos faz sentir vivas!
Lembre-se de que cada mulher é única, e encontrar o que funciona melhor para você é a chave para uma vida sexual plena e feliz.