Médica ginecologista esclarece as principais dúvidas sobre o exame para detectar alterações no colo do útero
Por José Luiz Sykacz
Quando falamos de saúde da mulher, não é exagero afirmar que um dos exames de rotina mais importantes é o papanicolau. Ainda assim, o teste realizado para detectar alterações nas células do colo do útero é frequente fonte de dúvidas em muitas pessoas, que acabam espalhando informações incorretas sobre ele.
Esta desinformação é nociva em muitos aspectos, sobretudo por minimizar a importância do exame que é responsável direto na prevenção de muitos casos de câncer do colo do útero todos os anos.
Importância do papanicolau
Dados recentes do Observatório de Atenção Primária à Saúde da Umane, uma associação sem fins lucrativos que apoia iniciativas de prevenção a doenças, apresentam um número alarmante: aproximadamente 20% das mulheres das capitais brasileiras nunca realizaram o papanicolau.
Estes dados são preocupantes na medida em que esta é a principal e mais eficiente forma de diagnóstico precoce de um dos tipos de câncer que mais atingem brasileiras: de acordo com dados do Ministério da Saúde, só no ano de 2019, o câncer de colo de útero matou 9.500 pessoas em todo o País.
> 11 alimentos que contribuem para o funcionamento dos rins
Para que serve o exame de papanicolau?
A ginecologista e obstetra Dra. Camila Gonçalves Mendes explica a importância do exame: “O objetivo é detectar precocemente lesões precursoras do câncer de colo de útero. Sabe-se que hoje, excluindo os cânceres de pele, ele ocupa a terceira posição no ranking das causas de câncer em mulheres no Brasil, ficando atrás apenas dos tumores de mama e colorretal. No que se refere a índices de mortalidade, ele ocupa o quarto lugar. Ao diagnosticarmos lesões precursoras no colo do útero nós conseguimos, através do tratamento precoce, evitar que elas venham a se tornar um tumor, diminuindo sua incidência e mortalidade”, explica.
Como é realizado o papanicolau ?
Para sua realização, um instrumento chamado espéculo é introduzido na vagina da paciente permitindo que o especialista faça uma inspeção visual do interior do colo do útero. A seguir, é realizada uma pequena descamação da superfície externa e interna do órgão, onde são colhidas células que serão levadas a um teste laboratorial.
Um leve desconforto e um discreto sangramento podem ocorrer no momento da coleta, mas nada alarmante. Inclusive, estar relaxada e à vontade com o médico responsável pelo teste diminui bastante qualquer possível incômodo.
> Pedras nos rins: conheça as causas, os sintomas e as formas tratamento
Quando fazer o papanicolau ?
De acordo com o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS), o exame papanicolau deve ser feito em mulheres – ou qualquer pessoa com colo de útero – entre 25 e 64 anos que já iniciaram atividade sexual.
No início, a frequência recomendada para a realização do exame é anual, mas, após dois exames seguidos no intervalo de pelo menos um ano apresentando resultados normais, o preventivo pode passar a ser feito a cada três anos.
No caso de pacientes HIV positivadas ou imunossuprimidas, a rotina é diferente: nesses casos, necessitam iniciar o rastreio de forma mais precoce e realizar os exames com um intervalo menor.
Acompanhe mais dicas de saúde na revista ‘Emagreça com saúde’