Entenda as mudanças na vida sexual durante a gravidez
Redação EdiCase
Entenda as mudanças na vida sexual durante a gravidez

Por Dra. Érika Rosim Campos

No primeiro trimestre da gestação não é raro haver uma perda de desejo sexual por parte das mulheres. Uma primeira fase de contentamento cega as demais sensações, além das mudanças iniciais do corpo e dos genitais. A mulher volta-se para o planejamento de uma vida familiar, e não mais apenas de casal. Existem algumas fantasias de causar o aborto nesta fase, o que pode contribuir para a diminuição do desejo no casal, além de desconfortos comuns como náuseas.

O conflito básico de se colocar na mesma mulher a figura de mãe e a de esposa-amante pode vir à tona, não só para a futura mãe como também para seu par. Algumas pesquisas mostram que alguns homens procuraram pela primeira vez relações extraconjugais nesta etapa da gestação. Ficam confusos em relação ao papel de suas esposas. Alguns sentem-se extremamente enciumados e excluídos, buscando uma terceira pessoa para contrabalançar sua exclusão do par mãe-futuro-bebê.

2º trimestre da gravidez marca a volta do desejo sexual

O segundo trimestre é demarcado como uma volta do desejo feminino ao normal ou, até mesmo, de maior intensidade. Algumas mulheres relatam que, nesta fase, o desejo foi o mais intenso de suas vidas, sentindo-se muito atraentes e felizes. Para o homem, pode haver o impacto ao perceber, de fato, a gestação de sua esposa, pois nesse período a barriga torna-se mais aparente.

3º trimestre da gestação traz inseguranças

O terceiro trimestre apresenta maiores desconfortos, principalmente após o 8º mês. A frequência urinária pode aumentar e a barriga muda o centro de gravidade da mulher, tornando-a um pouco mais desajeitada ao caminhar. As fantasias voltam, agora de serem flagrados e espiados pelo feto durante a relação sexual.

Alguns homens temem bater na cabeça do bebê com o pênis durante a penetração. As posições assumidas no ato sexual vão se restringindo mais, havendo preferência pela posição “de ladinho”. A ameaça de aborto é temida, bem como complicações de parto prematuro.

Os casais ficam mais reticentes em buscar atividade sexual, e alguns até mesmo se abstêm. Por vezes, a ansiedade nas mulheres por não haver gratificação sexual pode ser mais prejudicial que o coito, excetuando-se situações em que haja contraindicação de atividade sexual pelos riscos de parto prematuro ou descolamento de placenta, por exemplo.

Último mês de gestação

No último mês, os obstetras oferecem orientações contraditórias. Alguns recomendam abstinência até o final da gravidez, outros apenas na última semana. Concordam na abstinência se existir algum risco obstétrico. Alguns recomendam sexo até o final mesmo, evitando-se ansiedades sexuais por parte da mulher.

Sexo após o parto

Após o parto, recomenda-se um período de abstinência até se recomeçar a vida sexual (aproximadamente de 4 a 6 semanas). No entanto, muitos casais mantêm atividade sexual bem antes disto. A mulher vai apresentar menos desejo sexual devido a alterações hormonais, com aumento da prolactina e pela exaustão do pós-parto e dos cuidados iniciais com um bebê.

Dra. Érika Rosim Campos

Possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas (2006) e titulação em Medicina de Família e Comunidade pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (2015).

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